Realizada em 195 países ao longo de 35 anos, a pesquisa apresentada em uma conferência em Estocolmo nesta segunda-feira é considerada a mais abrangente já realizada sobre o tema da obesidade.
Na conclusão do estudo, em 2015, 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos em todo o mundo foram considerados obesos, desencadeando o que seus autores descreveram como “uma crescente e perturbadora crise global de saúde pública”.
A taxa de obesidade em crianças, embora tenha permanecido mais baixa do que entre os adultos, aumentou a um ritmo mais rápido durante o período do estudo – uma descoberta que os especialistas descreveram como especialmente “preocupante”.
“O excesso de peso corporal é um dos problemas de saúde pública mais desafiadores do nosso tempo, afetando quase uma em cada três pessoas”, disse Ashkan Afshin, autor principal do estudo e professor assistente de saúde global na Universidade de Washington, em Seattle.
“Ao longo da última década, várias intervenções foram avaliadas, mas existem poucas evidências sobre a sua eficácia a longo prazo”, acrescentou, anunciando uma nova parceria de 10 anos com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Fao) para avaliar o progresso global no controle do excesso de peso.
Acredita-se que 2,2 bilhões de pessoas – 30% da população mundial – eram obesas ou tinham sobrepeso em 2015.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou o número de pessoas com excesso de peso em 1,9 bilhão em 2014, incluindo mais de 600 milhões de obesos.
O excesso de peso está relacionado a taxas elevadas de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.
Em 2015, quatro milhões de mortes foram vinculadas a um Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 24,5, o que indica que uma pessoa está acima do peso, ou de 30 ou mais, o que indica obesidade.
O IMC é calculado dividindo o peso de uma pessoa em quilogramas pela sua altura em centímetros ao quadrado.
Mais de 40% dessas mortes foram de pessoas consideradas não obesas, o que indica que estar acima do peso, mesmo sem ser obeso, é a causa de milhões de mortes prematuras.
Mais de dois terços das mortes ligadas a IMCs altos foram atribuídas a doenças cardiovasculares, que tiveram um aumento acentuado desde 1990.
Epidemia mundial
Entre os países mais populosos do mundo, a taxa de obesidade em crianças e adultos jovens foi mais alta nos Estados Unidos, com 13%, enquanto o Egito apresentou a maior taxa de obesidade entre os adultos, com 35% da população.
As taxas mais baixas de obesidade em adultos foram registradas em Bangladesh e no Vietnã, ambas em 1%.
A China e a Índia tiveram o maior número de crianças obesas – 15,3 e 14,4 milhões, respectivamente.
No que diz respeito à obesidade em adultos, os Estados Unidos e a China registraram as maiores taxas, com 79,4 e 57,3 milhões de indivíduos, respectivamente.
Em um editorial que acompanha o estudo, Edward Gregg e Jonathan Shaw, ambos epidemiologistas nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, disseram que a descoberta mais preocupante foi a quase triplicação da obesidade em jovens e jovens adultos em países de renda média – China, Brasil e Indonésia.
“Um surgimento precoce da obesidade provavelmente se traduzirá em uma alta incidência cumulativa de diabetes tipo 2, hipertensão e doença renal crônica”, advertiram.
A pesquisa foi baseada nos dados mais recentes fornecidos pelo estudo Global Burden of Disease (GBD), que acompanha o impacto de mais de 300 tipos de patologias e lesões em 133 países.
Seu objetivo principal era entender, em uma escala global, o que está gerando “a atual epidemia mundial de doenças” relacionada ao alto peso corporal, disseram os autores.
Fonte:da Redação e Por AFP
Reditado para:Noticias do Stop 2017
Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP