Após o dia de votação marcado denúncias de irregularidades e incidentes, Moçambique aguarda ansiosamente a revelação de quem será o próximo líder. O destino do país está prestes a ser definido.
Os moçambicanos aguardam, expectantes, os resultados das eleições gerais realizadas ontem (09.10), um dia que deveria ter sido marcado apenas pela escolha do novo Presidente da
República e dos deputados à Assembleia Nacional, mas que também trouxe à tona uma série de incidentes e denúncias de irregularidades.
Um dos episódios mais graves ocorreu na cidade de Maputo, onde um cidadão foi alvejado enquanto tentava aproximar-se de uma viatura suspeita, estacionada junto a uma assembleia de voto localizada na escola secundária Kamubukuwana. O maior partido da oposição, a RENAMO, denunciou que a viatura estaria a transportar material suspeito que poderia estar relacionado com fraude eleitoral.
Marcial Macome, porta-voz da RENAMO, qualificou o incidente como "muito grave", revelando que o cidadão baleado se encontra hospitalizado. "A situação em Maputo foi muito tensa", disse Macome, em declarações à STV, um dos maiores canais privados do país. Até ao momento, a polícia moçambicana ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
Além deste incidente, várias outras denúncias de irregularidades e tentativas de fraude foram reportadas em várias províncias do país.
Chimoio, Beira e Quelimane: Denúncias diversificadas
Na capital da província de Manica, Chimoio, o processo eleitoral decorreu sem grandes sobressaltos, embora a disputa pelos votos tenha sido bastante renhida, especialmente entre os candidatos Daniel Chapo e Venâncio Mondlane. As autoridades eleitorais não anunciaram quaisquer ilícitos, o que contrasta com os relatos vindos de outras regiões do país.
Na cidade da Beira, capital da província de Sofala, as eleições foram marcadas por momentos de tensão, quando observadores e membros de partidos da oposição foram afastados das assembleias de voto durante a contagem. Um dos casos mais graves envolveu a presidente de uma mesa de voto, que foi espancada ao tentar introduzir boletins de voto fraudulentos nas urnas.
Em Quelimane, província da Zambézia, foram apreendidas duas urnas com boletins de voto já preenchidos em Luabo, e dois cidadãos foram detidos ao tentar trocar as urnas. Embora o ambiente na cidade tenha permanecido calmo, estas tentativas de fraude levantaram sérias preocupações sobre a integridade do processo.
Gaza: Afluência forte, mas com reclamações
Na província de Gaza, mais de um milhão de eleitores foram chamados a votar, e o processo decorreu, em grande parte, dentro da normalidade. No entanto, candidatos de oposição, como Agnaldo Navalho do MDM, e Félix Tivane, da RENAMO, denunciaram a exclusão de membros das mesas de voto dos seus partidos e supostos casos de aliciamento de delegados.
"Foi uma votação com forte afluência de eleitores, mas a organização ficou aquém do esperado. Muitos dos nossos membros foram excluídos, o que manchou o processo", disse Navalho, cabeça de lista pelo MDM. Tivane reforçou as queixas, acrescentando que alguns delegados da RENAMO estão sob ameaças de prisão.
Votação na diáspora
Os moçambicanos na diáspora também participaram nas eleições, com locais de voto em Portugal e na Alemanha. Em Portugal, onde a maior parte dos recenseados na Europa reside, a votação decorreu de forma pacífica, mas não sem reclamações. Alguns eleitores queixaram-se de não conseguirem votar porque os seus nomes não constavam nos cadernos eleitorais. Outros manifestaram indignação pela ausência do partido PODEMOS na lista dos partidos concorrentes para a eleição dos deputados da Assembleia Nacional.
David Machava, um eleitor moçambicano em Lisboa, expressou à DW a sua frustração. "Estamos indignados porque o partido PODEMOS não aparece no boletim de voto. Ninguém nos explicou o porquê desta ausência, o que claramente prejudica o partido e os seus eleitores", disse.
Por sua vez, Pedro Fernandes, presidente da Organização da Diáspora Moçambicana (ODM), criticou a limitada capacidade de recenseamento e votação fora de Portugal e da Alemanha. "Somos muitos, espalhados por países como Inglaterra, França, Luxemburgo e outros. Não é justo que o nosso direito de voto esteja restrito apenas a dois países. Temos vindo a alertar o governo para este problema há anos", declarou Fernandes, que viajou do Luxemburgo para votar.
A votação foi encerrada às 21 horas em Lisboa, com a Embaixadora de Moçambique em Portugal, Stella Novo Zeca, a apelar ao civismo dos eleitores. "Votar é um exercício de soberania", afirmou, destacando a importância do ato eleitoral para o futuro do país.
Após o encerramento das urnas, os votos começaram a ser contados, e os resultados deverão ser enviados à Comissão Nacional de Eleições em Moçambique nas próximas horas.
Expectativa cresce em todo o país
A contagem dos votos em Moçambique está em andamento após as eleições gerais realizadas em 9 de outubro de 2024. O processo tem sido acompanhado por mais de 12 mil observadores nacionais e internacionais, que destacam a ocorrência de algumas irregularidades em diferentes partes do país.
A Sala da Paz, uma plataforma de observação eleitoral, relatou que o início da contagem teve alguns desafios logísticos, como falta de luz em algumas assembleias de voto, mas no geral, o processo foi considerado satisfatório.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem até 15 dias para anunciar os resultados finais, mas os primeiros dados preliminares já estão a ser apurados em várias províncias. A expectativa é que, caso não haja segunda volta, o novo Presidente seja anunciado ainda dentro deste período.
Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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