Mandatário da RENAMO na cidade de Nampula pede a presidente do partido, Ossufo Momade, que saia do cargo. Foi um "pedido do povo" nas eleições gerais, frisou. Para o porta-voz da RENAMO, esta é só a opinião de um membro.
Ossufo Ulane, mandatário da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na cidade de Nampula, apelou hoje ao presidente do partido, Ossufo Momade, que se demita, a "pedido do povo".
"Para manter a RENAMO a nível nacional, temos de convidar o nosso presidente para renunciar ao cargo de presidente do partido. A renúncia do cargo não significa dizer ao presidente que não vale nada, pelo contrário, vale mais. Mas estamos a responder às auscultações do povo e à vontade do povo para que a RENAMO continue a ser a RENAMO que já foi", afirmou o responsável, durante uma conferência de imprensa na cidade de Nampula.
Ulane acrescentou que os resultados da votação de quarta-feira são o reflexo das más decisões tomadas pelo partido nos últimos tempos, realçando que não faltaram avisos: "O povo, como o dono do partido RENAMO, sempre avisou que as decisões que o partido está a tomar podem ter consequências alarmantes no futuro."
No entanto, em entrevista à DW, o porta-voz nacional da RENAMO desdramatiza o pedido. Marcial Macome considera normal que surjam vozes críticas dentro do partido, frisando que o foco da RENAMO neste momento é outro.
DW África: O que tem a dizer em relação a este pedido para a demissão de Ossufo Momade?
Marcial Macome (MM): Nós acompanhámos aquela entrevista, mas pelo que percebemos e pelo que o próprio Ossufo disse, as declarações foram a título individual. Ele próprio disse que não tinha mandado para falar nem em nome do partido, nem em nome de ninguém. Ele fê-lo na qualidade de membro. Sendo assim, não podemos pronunciar-nos em torno disso, porque cada membro é livre de se pronunciar nos termos que quer.
Esse pronunciamento é de um membro, não é imputado ao partido no seu todo. Respeitamos o posicionamento dele, mas nós, como partido, não temos nada a nos pronunciar em relação ao posicionamento de um membro, tanto que no distrito de que ele faz parte, há órgãos competentes a que pode direcionar o seu ponto de vista.
DW África: Mesmo tendo sido uma posição individual, preocupa ou não à RENAMO que essas vozes comecem a vir a público para fazer o mesmo pedido?
MM: O partido tem mais de um milhão de membros. Qualquer que seja o resultado [das eleições gerais], haverá opiniões favoráveis e contrárias. Nas eleições autárquicas, foi isso que sucedeu. Nós respeitamos o posicionamento de cada um, e cada um é livre para emitir o seu parecer em função dos dados que tem.
Nós, por exemplo, temos uma central onde estamos a fazer o nosso processamento de dados. Então, não sei qual a base e quais são referências que ele tem para se posicionar naqueles termos, mas ele é livre de se pronunciar e respeitamos a opinião diferente. Mas, por mais que surjam essas vozes, o nosso foco neste momento é o partido no seu todo e não uma única pessoa. Estamos concentrados numa eleição geral, no processo eleitoral, e não em comentar as declarações de uma pessoa.
DW África: Mas como é que a RENAMO reage a essas primeiras indicações de resultados, que apontam para uma redução dos votos no partido?
MM: O partido vai-se pronunciar amanhã em torno dos resultados eleitorais, na pessoa de Sua Excelência, o presidente Ossufo Momade, pelo que remetemos qualquer comentário sobre este assunto ao pronunciamento de amanhã do presidente Ossufo.
Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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