As desconfianças da RENAMO no processo DDR

Política
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times
AplicLoja Windows 11 Pro

RENAMO nunca vai entregar todas as armas, pois as armas são seu único recurso de pressão ao regime".

Por outro lado, a própria RENAMO continua a garantir que vai desmantelar a sua última base militar, logo que estiver de facto garantido o pagamento das pensões dos ex-guerrilheiros.

Mas, ao mesmo tempo, o maior partido da oposição continua a temer "traições" por parte do Governo da FRELIMO, liderado pelo Presidente Filipe Nyusi.

Promessas ainda por cumprir

No fim do mês passado, o chefe de Estado moçambicano assegurou, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, que em junho corrente será concluído o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da RENAMO, com o encerramento da última base militar, fruto das conversações que tem mantido com frequência com o líder do partido da oposição.

Por sua vez, o líder da RENAMO reafirma as suas próprias promessas e os prognósticos otimistas do Presidente da Republica, dizendo que as forças do seu partido serão, de facto, desarmadas em breve.

"Ele estava em Genebra e falou para a imprensa internacional que 'vamos desmobilizar e pagar as pensões'. E nós, porque é que vamos ficar indiferentes? Vamos desmobilizar aquela base e esperamos que o Governo cumpra com as suas obrigações", assegurou Momade, alertando, no entanto, que desta vez não se vai tolerar traição do lado do Governo. "Se tal acontecer a FRELIMO assumirá a responsabilidade das consequências", alertou o lider da RENAMO.

Momade: "Garantir o sustento dos ex-guerrilheiros"

Ossufo Momade foi ainda mais longe: "Se o Governo da FRELIMO, e na pessoa do seu presidente, quer a paz, é bom que pague as pensões! Nós não podemos pensar que a desmobilização [e encerramento] daquela base de Satungira é o fim, porque alguém que teve armas ontem, e hoje vai viver na sua casa numa desgraça, vai pensar novamente em pegar nas armas. Aí a culpa não será de Ossufo, será do próprio Nyusi", disse.

O líder da RENAMO recordou que é necessário garantir o sustento dos ex-guerrilheiros da RENAMO e das suas famílias, para bem da paz e estabilidade no páis: "Aqueles [guerrilheiros] em 1994 [depois dos acordos gerais de paz de 1992] já tinham sido desmobilizados, mas como é que apareceram lá em Satungira? Apareceram por causa dos maus-tratos que viviam nas suas aldeias", disse.

Observador: "Futuro continuará conflituoso"

O académico e diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lúrio, Wilson Nicaquela, entende que, com os discursos do líder da oposição, fica claro que o desarmamento pode não ser total e completo.

"Está mais do que claro que o processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração não será realizado efetivamente. Há sempre uma manobra para atrasar este processo, de modo a que a RENAMO continue com essa força que lhe suporta e lhe dá outra alternativa, para além da voz, e vai fazendo este jogo [de condicionalismos]".

O académico recorda que o país é vulnerável à emergência dos grupos armados que vão se aproveitando das pequenas "ruturas" que se abrem com alguns desentendimentos. E antevê um futuro conflituoso.

"Eu acho que estamos a correr para termos um conflito pós-eleitoral. Claro que pode não ser movido pela RENAMO, mas há muitos dissidentes da RENAMO, há muitos oportunistas e descontentes que andam por aí, sobretudo jovens que acham que os seus direitos estão a ser violados", disse Wilson Nicaquela, em entrevista à DW África.

 


Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
Material Informático - www.aplicloja.com
Receba diariamente no Grupo STOPMZNWS poderá ler QRCOD
Link do Grupo WhatsApp - https://chat.whatsapp.com/JUiYE4NxtOz6QUmPDBcBCF
Qual Duvida pode enviar +258 827606348 ou E-mail:Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Em criação o Aplicativo o APP que ira ver notícias diariamente em seu celular Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP

AplicLoja Microsoft Office 2022 Pro Plus