Em 2015, a redução nas importações foi de 25,2%, colocando o País na 25.ª posição entre os principais mercados. No ano passado, o Brasil somou compras de US$ 179 bilhões, inferior às da Polônia ou Turquia.
Não foi só em valores que a redução ocorreu. Enquanto as importações físicas pelo mundo aumentaram em 4,5% em 2015, as do Brasil registraram queda de 15%, até mesmo pior que as da Venezuela, com 13%.
Os dados foram apresentados na quinta-feira, 7, pela Organização Mundial do Comércio (OMC). "Quando a economia desacelera, um indicador é a redução de compras. No caso do Brasil, essa queda foi significativa", disse Roberto Azevedo, diretor da OMC.
A contração pode continuar em um ritmo ainda maior. Na América Latina, a queda da produção foi de 1% em 2015. Mas deve se aprofundar para uma retração de 1,7% em 2016. "Parte substancial disso vem do Brasil", disse Robert Koopman, economista chefe da OMC.
Nos três primeiros meses de 2016, os dados apontam para uma contração ainda maior que a de 2015. As compras do País registraram US$ 32 bilhões, 33,4% a menos que o mesmo período de 2015.
O resultado é o maior superávit dos últimos 28 anos, o que a OMC alerta que nem sempre pode ser um resultado positivo, por ocorrer graças a uma recessão interna.
A queda contrasta com a expansão registrada até 2012, com saltos de mais de 20% por ano nas importações. A tendência levou centenas de multinacionais a cobiçar o mercado brasileiro, investir e compensar suas fracas vendas na Europa com apostas no Brasil.
Hoje, entre as 30 maiores economias do mundo, apenas a Rússia registrou uma contração de compras superior à do Brasil, com queda de 37% em valores e em volume. Moscou, porém, vive ainda sob o embargo da União Europeia e dos EUA por causa dos conflitos na Ucrânia.
Em 2013 e 2014, o Brasil aparecia na 21.ª posição entre os maiores importadores. Com a queda de quatro lugares no ranking da OMC, o País já é ameaçado por Malásia e Arábia Saudita.
No lado das vendas ao exterior, o Brasil também teve uma das piores quedas, com contração de 15,1% em valores, colocando o País na 25.ª posição entre os exportadores. Hoje, os produtos nacionais representam apenas 1,2% do mercado mundial.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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