"O crescimento de Angola é ensombrado pela procura externa em abrandamento, perspectivas incertas na indústria do petróleo e fraco consumo interno", explicam os analistas da Fitch.
No documento que baixa a perspectiva de evolução do 'rating' do país para Negativa e antevê um "crescimento de apenas 2,5% este ano, acelerando em 2017, na assumpção de que os preços do petróleo recuperam", os analistas dizem ainda que "o crescimento do PIB caiu para 3% em 2015, o valor mais baixo desde 2009, mas foi ajudado pelo aumento da produção nos poços actuais", diz a Fitch.
"Apesar da produção de petróleo continuar a subir modestamente em 2016, este efeito vai ser anulado pela descida do investimento em quase todos os outros sectores e pela previsível contracção no consumo privado, que é o resultado da subida da inflação e dos custos de crédito", acrescentam os analistas.
A previsão de crescimento de 2,5% representa uma forte revisão em baixa face à previsão de Setembro do ano passado, mês em que a Fitch estimava que Angola iria ter uma expansão económica de 4,5%.
A agência de 'rating' desceu também a perspectiva de evolução da avaliação da dívida soberana de Angola para Negativa, sendo assim provável que desça o 'rating' do país nos próximos 12 a 18 meses.
Na avaliação dos peritos desta agência de notação financeira, o 'rating' de Angola foi mantido em B+, abaixo da escala de investimento, ou 'lixo', como é tradicionalmente conhecido, mas a previsão de evolução da análise passou de Estável para Negativa.
"A elevada dependência das receitas petrolíferas por parte de Angola, em combinação com a queda dos preços do petróleo desde a anterior avaliação feita pela Fich, em Setembro de 2015, piorou a análise das condições externas, orçamentais e macroeconómicas do país, aumentando os riscos", escreve a Fitch no relatório em que dá conta da descida do 'rating'.
Para a elaboração do relatório e das previsões macroeconómicas, a Fitch assume que a média dos preços do petróleo será de 35 dólares por barril este ano e 45 em 2017, e parte também do princípio de que "o ambiente político vai manter-se estável, sem alterações significativas à actual elite política".
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