o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura.
Ele antecipou que seu escritório apresentará uma nova iniciativa política para deter o conflito na Síria antes do início da Assembleia geral da organização, em meados deste mês.
"As discussões atuais (entre EUA e Rússia) vão além da trégua de 48 horas solicitada pela ONU em Aleppo para fornecer ajuda humanitária à população", esclareceu Mistura.
Os responsáveis das Relações Exteriores americano, John Kerry, e russo, Sergei Lavrov, se reuniram na semana passada em Genebra para tentar fechar um acordo de fim das hostilidades na Síria, o que não conseguiram, mas anunciaram que seus especialistas continuariam as discussões para chegar a um entendimento.
"Nós apoiamos essas discussões. Agora todo o restante é marginal porque a ajuda humanitária não está entrando onde precisa por causa dos combates", explicou Mistura.
Sobre a nova estratégia política que prepara, ele adiantou que será "bastante clara" e será divulgada na semana anterior à Assembleia geral para que seja analisada durante o fórum.
Por sua vez, o enviado especial confirmou a "crescente militarização" do conflito sírio e lançou uma chamada aos Estados Unidos, Rússia, Irã, Arábia Saudita e, em geral, aos países com influência no conflito sírio para que ajudem a destravar o acesso humanitário a Aleppo.
Sobre isso ele disse que a ONU "continua lista para transportar a ajuda em qualquer momento, apenas não recebamos as indicações das partes" em conflito.
Já sobre o bloqueio da ajuda vital para os civis que se encontram em áreas sitiadas militarmente, informou que ao longo de todo o mês passado foi possível acessar três das 18 localidades cercadas.
A população ajudada em agosto representou menos de um terço da que está em todas as zonas sitiadas do país, a grande maioria pelas forças do regime sírio.
O coordenador desta operação humanitária, Jan Egeland, disse que à ONU espera agora a resposta do governo a seu plano de operação para setembro, com a qual se pretende levar ajuda a 1,2 milhão de pessoas.
Egeland lamentou em particular a situação da população em Daraya, na periferia de Damasco, assediada há quatro anos e aonde chegou apenas um comboio com ajuda durante todo este tempo, apesar de a ONU pede semanalmente às autoridades que lhe permitam entrar com ajuda.
"Precisamos romper com os assédios, mas isto não se alcança simplesmente quando a população se rende pela crise de fome e os bombardeios, mas quando há acesso humanitário e liberdade de movimento para os civis", enfatizou Egeland.
Fonte:EFE
Reditado para:Noticias Stop 2016
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