ninguém por uma porcentagem importante de vítimas.
"Os números publicados no relatório não são nem precisos nem aceitáveis pelo governo afegão", declarou hoje o porta-voz do chefe do governo de Afeganistão, Javid Faiçal, em relação ao estudo da ONU divulgado no domingo em Cabul.
A Unama apresentou ontem seu relatório anual de vítimas civis no conflito afegão, assinalando que 2015 voltou a bater um novo recorde, ao registrar 3.545 mortos e 7.457 feridos, números que superam todas as anotações desde que começou a ser contabilizado, em 2009.
As mais de 11 mil vítimas, como a ONU denomina os mortos e feridos no conjunto, representam um aumento de 4% em relação aos registros do ano anterior.
O relatório responsabilizou atores antigovernamentais, especialmente os talibãs, por 62% das vítimas, e grupos pró-governo, entres eles Forças de Segurança e tropas internacionais por 17%, mas não identificou os responsáveis em outros 17% dos casos.
O gabinete do presidente afegão, Ashraf Ghani, reagiu ao relatório lamentando que "não represente o panorama completo" das vítimas civis no conflito afegão, ao excluir 12 províncias.
Embora "mais uma vez (o relatório) confirme o horroroso alto preço que os afegãos estão pagando como resultado do conflito, aos quais as ações dos talibãs e de outros grupos terroristas estão negando a possibilidade de viver em paz", disse o governo.
Faiçal afirmou que a Unama só usou os dados de 12 das províncias mais inseguras, quando os talibãs perpetraram ataques suicidas e com bombas em 24 províncias, das 34 do país, "a maioria em cidades".
"Se a Unama tivesse coberto as 24 províncias, então a parcela de vítimas atribuídas aos talibãs, que agora é de 62%, poderia ter chegado a 70% ou 80%", afirmou o porta-voz.
Além disso, argumentou Faiçal, "outro problema do relatório" da Unama é o de não atribuir 17% das vítimas civis a uma das partes em conflito, "o que torna muito difícil acreditar nos dados" proporcionados.
A guerra no Afeganistão, que começou em 2001 com a invasão americana e a derrocada dos talibãs, atravessa um de seus períodos mais violentos, mas ao mesmo tempo o governo afegão e aliados tentam iniciar um diálogo de paz com os insurgentes.
Fornecido por: EFE 2016 ( STOP )