Recuperar a História perdida
O restaurador Nikolai Izvolov apresentou a versão perdida de “A História da Guerra Civil”, um filme sobre a guerra entre os bolcheviques e o exército branco antirrevolucionário.
"Este filme foi realizado há 100 anos e restaurado este ano, exatamente um século após a sua criação. É claro que muitos filmes do passado têm agora de ser restaurados e mesmo encontrados, porque perdemos cerca de 90% dos nossos filmes da era do silêncio. É por isso que nós, historiadores do cinema, trabalhamos na restauração destes filmes, apresentando-os por vezes ao público, e na verdade estamos felizes por este filme antigo ser um sucesso", afirma o responsável pelo restauro e historiador cinematográfico.
Os bilhetes da exibição esgotaram. O filme só existia em papel e tinha ficado disperso após uma única exibição, em 1921, para os 600 membros da Komintern, a III Internacional Comunista.
Trata-se de uma obra de propaganda bolchevique sobre como o Exército Vermelho esmagou de forma sangrenta as forças contrarrevolucionárias do Exército Branco.
O produtor Konstantin Grinberg-Vertogradsky, acredita que a nova vida da obra de Vertov vai dar uma oportunidade aos públicos contemporâneos de conhecer um pouco da história deste período e dos seus protagonistas.
"Na Rússia e em todo o mundo, ninguém conhece Philip Mironov (comandante do Exército Vermelho), ninguém conhece Trotsky, sabe-se que existiram, mas não se sabe quem foram, e este filme é muito importante, porque esta guerra foi uma guerra muito sangrenta e muito desconhecida, mas a Rússia perdeu muitos milhões de pessoas nesta guerra", relembra.
A história é a de um passado inglório que mostra a crueldade dos combates. Curiosamente, apesar da investigação, todas as imagens de Estaline desapareceram.
A música em destaque
Em Amesterdão, a projeção foi acompanhada ao vivo pelo grupo The Anvil Orchestra, conhecido mundialmente pela música para filmes mudos.
Na obra de Vertov a música assume um papel de destaque.
Roger Clark Miller, compositor e músico da orquestra reconhece que tem "feito muitos trabalhos de bandas sonoras, como para documentários em Sundance, mas aí há diálogos, há desenho de som e há música, e a música está em segundo plano". Neste filme, "só há música, portanto somos o desenho de som e o diálogo também. Por isso, temos de ser mais ativos a cada momento no filme, porque não há falas. Temos de nos tornar nos diálogos, tal como no desenho de som, nas explosões; por vezes o Terry bate no gongo assim que a explosão acontece e pode não se aperceber, mas sente-se que a música faz parte do filme".
"A História da Guerra Civil" estreia em Moscovo, na primavera, e tem já passagem marcada para a próxima Mostra de Veneza.
Fonte:da Redação e da euronews.com
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
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Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP/Estadão