de um cinema na capital paulista.
Nas primeiras cenas foi perceptível que as cores das imagens eram mais vibrantes e nítidas, tornando possível a visualização de pequenos detalhes. Aliás, a produção abusou nos enquadramentos em objetos e rostos, o que ajudou na avaliação.
Além de assistir à minissérie na telona, também tive a oportunidade de vê-la em uma televisão com tecnologia 4K. A diferença foi menos notável, porém a fotografia das cenas estava mais nítida e brilhante do que a de uma resolução em HD.
Relativamente antigo – a primeira TV com a tecnologia foi criada em 2003 – o 4K começou a se tornar popular neste ano devido à queda de preços. Antes, um televisor com a tecnologia custava 100 mil reais, agora é possível adquirir uma por menos de cinco mil reais.
O termo 4K significa que sua densidade total de pixels é quatro vezes maior do que a do padrão Full HD. No entanto, é quase impossível ver a diferença entre ambos os padrões a menos que a tela seja muito grande.
Vale ressaltar que, além do tamanho da tela, outro fator é importante quando você for assistir a um filme ou série em 4K: a distância entre você e o televisor. No cinema, tive a oportunidade de sentar na quinta fileira. Desse modo, foi possível avaliar a diferença entre os padrões HD e 4K.
Essa não é a primeira vez que a Globo lança uma produção com essa resolução. Em 2014, a minissérie "Dupla Identidade" usou a mesma tecnologia.
Apenas no Globo Play
Como a televisão aberta não comporta a resolução 4K, Ligações Perigosas poderá ser vista com essa tecnologia apenas no Globo Play, o serviço de streaming de vídeos do canal. De acordo com Paulo Rabello, diretor de tecnologia para entretenimento da Globo, será possível assistir à minissérie com uma internet de 30 Mbps.
“Um capítulo de Ligações Perigosas equivale a 12 capítulos de uma novela normal em quantidade de armazenamento de material bruto. O Projac quase para quando estamos renderizando e editando as imagens”, compara Rabello em uma coletiva de imprensa.
O Netflix disponibiliza a segunda temporada da série House of Cards em 4K nos Estados Unidos a uma taxa de 15 Mbps. Portanto, para assistir a um vídeo sem travas para carregar, uma conexão de 20 Mbps seria o mínimo.
Segundo Vinícius Coimbra, diretor geral da minissérie, como a utilização da tecnologia 4K depende de uma superprodução, seu custo é alto. “Nós gastamos 30% mais na produção de Ligações Perigosas do que normalmente gastaríamos em outras novelas”, conta.
Coimbra explica que as roupas do figurino precisaram ser feitas a partir de tecidos não-sintéticos e a maquiagem precisou ser diferente devido à resolução 4K. "Como o sensor da câmera é extremamente sensível, até a luz precisou ser mais controlada. A gente trabalha em quarto escuro, pois o sensor 'inventa' a luz", brinca.
Ligações Perigosas terá dez episódios e será lançada no dia quatro de janeiro de 2016 no canal aberto da Rede Globo e no dia 1º de janeiro de 2016 no Globo Play. É a primeira vez que a empresa lança uma produção primeiro na internet do que na televisão aberta.