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Pugilista italiana pede desculpa a adversária argelina por recusar-se cumprimentá-la

Jogos Olímpicos
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Desistência de Angela Carini face à argelina Imane Khelif fez estalar a polémica. Khelif é portadora de uma doença rara que a faz ter cromossomas masculinos. COI reitera que "é e sempre foi mulher".

Angela Carini decidiu pôr fim à polémica em torno da sua chocante retirada de um combate de boxe nos Jogos Olímpicos de Paris com um pedido de desculpas sincero à argelina Imane Khelif, na sexta-feira.

A pugilista italiana de 25 anos abandonou o combate apenas 46 segundos depois de ter recebido um forte murro na cara da adversária, também de 25 anos.

Carini abandonou o ringue em lágrimas, recusando-se a apertar a mão a Khelif, que entretanto tentou oferecer-lhe consolo.

Em declarações ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, na sexta-feira, a atleta olímpica italiana de boxe acalmou os ânimos, lamentando a polémica e pedindo desculpa a Khelif, acrescentando que a "abraçaria" se surgisse uma oportunidade.
"Não era minha intenção", disse Carini, "estava zangada porque os meus Jogos Olímpicos se tinham esfumado. Também tenho pena da minha adversária. Se o COI disse que ela pode lutar, eu respeito essa decisão", disse a atleta.

Khelif "é mulher e sempre viveu como mulher", reitera o COI
O episódio deu origem a uma polémica sobre os critérios de elegibilidade de género.

Khelif é uma amadora de sucesso que ganhou uma medalha de prata no Campeonato do Mundo de 2022 da Associação Internacional de Boxe. O mesmo órgão dirigente desqualificou-a dos campeonatos do ano passado, pouco antes do seu combate pela medalha de ouro, devido ao que alegou serem níveis elevados de testosterona.

Khelif foi diagnosticada com uma DDS (Diferença no Desenvolvimento do Sexo), um grupo de doenças raras que podem resultar em níveis elevados de testosterona ou cromossomas masculinos em pessoas criadas como mulheres.
No entanto, as autoridades olímpicas deram-lhe luz verde para competir no boxe feminino em Paris e defenderam a sua participação na sequência do aceso debate suscitado pela decisão da atleta italiana de abandonar o combate.

Khelif "nasceu mulher, foi registada como mulher, viveu a sua vida como mulher, lutou boxe como mulher, tem um passaporte de mulher", disse o porta-voz do COI, Mark Adams, na sexta-feira.

Discussão no partido de Meloni
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que tem seguido atentamente os Jogos Olímpicos de Paris e frequentemente escreve tweets sobre eles, encontrou-se com Carini na quinta-feira após o combate.


"Sei que nunca vais desistir, Angela, e sei que um dia vais ter o que mereces com força e suor. Numa competição que seja finalmente igualitária", escreveu no X esta quinta-feira.
Entretanto, Rachele Mussolini, uma conselheira local em Roma do partido de extrema-direita de Meloni, Irmãos de Itália, criticou aquilo a que chamou uma "campanha de difamação" contra Khelif.

"Imane é uma mulher. Chega de exploração", disse ela numa entrevista à imprensa nacional na sexta-feira. "Na verdade, estão a dar-nos lições de direitos humanos na Argélia", acrescentou. Rachele é neta do ditador fascista de Itália durante a Segunda Guerra Mundial, Benito Mussolini.

 

 

Fonte:da Redação e da euronews
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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