Aisha Buhari, primeira-dama nigeriana, garante que o marido não tem poder sobre os nomeados ao governo do país

Aisha Buhari, primeira-dama nigeriana, garante que o marido não tem poder sobre os nomeados ao governo do país - Reprodução/Twitter

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significativas no governo. Na visão de Aisha Buhari, que concedeu uma entrevista à BBC, a governança do país foi “sequestrada”. Segundo a primeira-dama, o marido mandatário sequer conhece os funcionários do alto escalão, nomeados por um grupo paralelo ao Executivo nacional de acordo com afinidades pessoais. Aisha se recusou a explicitar quem seriam os poderosos envolvidos. Limitou-se a dizer que era possível apontá-los na tela da TV.

A declaração da primeira-dama é o ponto mais agudo de um descontentamento geral do povo com Buhari, eleito sob as bandeiras de combate à corrupção e ao nepotismo. O presidente reagiu com desdém à entrevista de Aisha, durante breve entrevista coletiva dna Alemanha, ao lado da chanceler Angela Merkel.

— Eu não sei a qual partido minha mulher pertence. Mas ela pertence à minha cozinha, à minha sala de estar — respondeu aos jornalistas que repercutiam a entrevista. — Eu tenho mais conhecimento que ela e que a oposição, porque, no fim das contas, eu fui bem-sucedido. Não é fácil satisfazer todos os partidos opositores da Nigéria.

Ativa na campanha do marido no ano passado, à frente da organização de reuniões na prefeitura com coletivos de mulheres e de jovens, Aisha sumiu dos holofotes desde que o marido assumiu o poder. Focou no trabalho de apoio às vítimas do grupo terrorista Boko Haram. A simples reaparição na mídia, neste sentido, já seria notícia. O conteúdo, no entanto, impulsionou a repercussão.

— O presidente não conhece 45 das 50 pessoas que ele indicou. Eu também não os conheço, mesmo sendo sua mulher há 27 anos — disse Aisha. — Algumas pessoas estão sentadas em casa, de braços cruzados, à espera do chamado para chefiar uma agência ou assumir um posto no ministério.

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Críticos de Aisha acusaram-na de vir a público porque não teria conseguido convencer o marido de emplacar nos cargos seus favoritos. De qualquer forma, a população recebeu com atenção a entrevista da primeira-dama, cuja intimidade com o presidente legitimaria sua crítica em meio à recessão econômica e ao crescente desgaste do partido governista. Trata-se de um contraponto ao discurso de Buhari, que tenta difundir a imagem de um chefe de Estado que “pertence a ninguém e pertence a todos”, nas próprias palavras do presidente.

— Ele (Buhari) ainda vai me falar. Mas eu decidi, como sua mulher, que, se as coisas continuarem assim até 2019, eu não sairei em campanha de novo nem pedir a toda mulher que vote nele. Eu nunca mais farei isso — decretou.

 

As redes sociais do país se dividiram em apoio e questionamento à postura da primeira-dama. Enquanto alguns elogiaram a independência e a coragem de Aisha, outros criticaram a ideia de alguém tão próximo, parte do time presidencial, se voltar contra o líder.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte:oglobo

Reditado para:Noticias Stop 2016

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