Em entrevista à imprensa em Juba, o ministro explicou que em sua reunião com representantes da oposição armada, liderada pelo vice-presidente da República, Riak Mashar, foram alcançados "acordos" para a criação desse novo governo.
"Acordamos esse executivo provisório sem levar em conta o problema dos novos estados (províncias) anunciados pelo governo e que foram rechaçados pela oposição armada", destacou Luith.
Nesse sentido, Luith afirmou que ambas as partes se comprometeram a discutir o assunto dos estados e a elaboração da Constituição interina depois da formação do Executivo de união nacional.
Também foi acordado que "os parceiros internacionais efetuem a mudança das forças da oposição armada de suas atuais posições à capital antes do final do mês, para facilitar a chegada de Mashar a Juba a fim de que assuma seu posto de maneira oficial", acrescentou Makaui Luith.
Em 15 de janeiro, a oposição armada condicionou o retorno de Mashar a Juba ao cumprimento de vários requisitos, entre eles, a derrogação do artigo da Constituição, reformado em novembro, que estipulou a divisão do país em 28 estados, ao invés de 10.
O porta-voz do Movimento Popular da oposição, James Qadit, indicou que o acordo de paz assinado em agosto entre o governo e os rebeldes contempla a repartição do poder nos dez estados nos quais estava dividido o país no momento da assinatura.
Além disso, segundo a oposição, o governo de união nacional que deve ser formado como estipula o pacto "não pode ser anunciado à revelia de Mashar", que será vice-presidente durante o período transitório, que durará três anos.
O acordo, assinado EM 26 de agosto entre o governo e os insurgentes do Sudão do Sul, foi rubricado após dois anos de guerra.
Desde sua independência do Sudão em julho de 2011, o Sudão do Sul vive uma situação de instabilidade política que se acentuou com o início do conflito interno em dezembro de 2013, no qual calcula-se que morreram centenas de milhares de sul-sudaneses, além de deixar mais de dois milhões de deslocados.
A crise explodiu em 15 de dezembro de 2013, depois que o presidente Salva Kiir, da etnia dinka, denunciou uma tentativa de golpe de Estado liderado por Mashar (da tribo nuer), o que derivou em um conflito étnico entre comunidades.
Fornecido por: EFE 2016 ( STOP )