"O governo foi formado hoje e (sua composição) foi submetida ao Parlamento", declarou durante uma coletiva de imprensa o porta-voz do Conselho Presidencial, Fathi al Mejebri.
As negociações para a formação de um governo de unidade nacional, como deseja a comunidade internacional, são realizadas em Sjirat, no Marrocos.
O Conselho Presidencial é composto por nove membros de facções rivais líbias, liderados por Fayez al Sarrj, um empresário convocado a se converter em primeiro-ministro, segundo um acordo fechado sob a égide das Nações Unidas.
Depois de anunciar a formação do governo, o porta-voz declarou: "Esperamos que isto seja o início do fim do conflito na Líbia".
No entanto, dois membros deste conselho se negaram a assinar o documento que anunciava a formação do novo governo, anunciou à AFP um destes dois membros, que pediu o anonimato.
"Não o assinamos, já que não estamos de acordo sobre o governo. A maneira como os ministros foram nomeados não é transparente", declarou.
O Parlamento reconhecido, com sede em Tobruk (leste), deve votar nesta segunda ou terça-feira se autoriza este governo de unidade nacional.
A Líbia também conta com outro Parlamento não reconhecido internacionalmente, cuja sede está na capital líbia, Trípoli.
Segundo uma carta do Conselho Presidencial, à qual a AFP teve acesso, o governo de unidade nacional anunciado contaria com 18 membros, 14 a mais que o primeiro proposto e que o Parlamento de Tobruk rejeitou por seu elevado número de representantes.
O posto de ministro da Defesa, uma das principais divergências durante as negociações, seria para o coronel Mahdi al Bargati, segundo o documento.
Grupos armados rivais impõem sua lei na Líbia desde que o regime de Muanmar Kadhafi caiu em 2011 contra uma rebelião apoiada por uma intervenção militar ocidental liderada por França, Reino Unido e Estados Unidos.
As grandes potências estimam que apenas um governo de unidade nacional constitui um interlocutor confiável para frear a chegada de migrantes à Europa através do território líbio e combater o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que aproveitou o vácuo de poder na Líbia para tomar o controle da cidade de Sirte.
Desde junho de 2015, a bandeira negra do EI tremula sobre os edifícios públicos desta cidade portuária, onde os jihadistas cortam mãos e cabeças em público.
O EI transformou esta cidade em uma base de treinamento para jihadistas líbios e estrangeiros.
Os europeus temem que com o seu porto e aeroporto a cidade se transforme em uma plataforma para ataques em seu território.
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