Umaro Sissoco Embaló encontra-se com Kais Saied após alegações de xenofobia

Guiné-Bissau
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Há algumas semanas, o Presidente Kais Saied afirmou que a presença de "hordas" de imigrantes clandestinos vindos da África subasaariana na Tunísia eram a origem de "violência e crimeS" e que queriam "mudar a composição demográfica" do país. No seguimento destas declarações foram registados vários crimes de ódio contra imigrantes da Àfrica subsaariana no país, levando muitas pessoas destes países a pedirem às suas respectivas embaixadas para serem repatriadas devido ao clima de medo que se instalou na Tunísia.

No entanto, Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné Bissau, que esteve na quarta-feira em Tunes para um encontro relâmpago com o Presidente Kais Saied, após uma passagem pela Turquia, declarou que as suas declarações foram deturpadas e que não acredita que o seu homólogo seja xenófobo e sinta isso pelas pessoas que vêm à procura de uma vida melhor na Tunísia.

"Acho que mesmo os tunisinos vão perceber que as pessoas deturparam estas declarações. Não pode ser este nem o espírito, nem a lógica ! Não posso acreditar que o senhor, presidente da Tunísia, o país de Bourguiba, possa ser xenófobo ou racista. Tanto mais que o senhor é africano!", declarou o Presidente guineense.

Em resposta, o Presidente Kais Saied afirmou: "Sou africano e tenho orgulho em sê-lo!". Segundo o Presidente tunisino, ele referia-se ao tráfico de seres humanos, tendo sido mal interpretado pelas "más-línguas do racismo"

 

Umaro Sissoco Embaló já tinha ligado no início da semana a Kais Saied e a conversa telefónica entre os dois tinha também sido sobre as afirmações do Presidente tunisino, com o chefe de Estado guineense a escrever nas suas redes sociais que "a situação dos migrantes africanos e os seus problemas" tinham sido o tema central da conversa.

Ainda esta semana, a Federação Internacional dos Direitos Humanos e a Amnistia Internacional condenaram as "afirmações racistas" do Presidente tunisino contra os migrantes de origem subsaariana, pedindo investigações independentes às autoridades sobre os ataques contra os migrantes.

 


Fonte:da Redação e da RFI
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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