a atrasos sistemáticos no envio dos subsídios, cujos destinatários estão identificados mas que, por razões que a própria razão desconhece, estará como que a circular por estranhos “pipelines” dentro do país.
Com os cabelos eriçados, os bolseiros das FAA, com destaque para aqueles que estudam na Rússia, continuam a penar com quantas penas tem uma galinha, até mesmo para a satisfação das suas necessidades básicas, por conta do inexplicável atraso no pagamento dos subsídios a que têm direito.
Decidiram, desta feita, estender o raio das suas reclamações remetendo-as também ao Presidente da República.
É que já não sabem mais a quem recorrer, senão apelar à sensibilidade do «Comandante-em-Chefe», depois de num passado recente terem apresentado, sem sucesso, a mesma reclamação aos generais João Lourenço e Geraldo Sachipengo Nunda, respectivamente Ministro da Defesa e Chefe do Estado-Maior General das FAA, de tão agonizante que é a condição que os persegue há já algum tempo, colocando-os praticamente a viver à base de pão e água.
Assim, à semelhança dos anteriores apelos, os bolseiros regressam à cena com as mesmas queixas: fome e a ainda forte dependência da caridade alheia com vista a suprir necessidades básicas.
«É verdade, continuamos a depender de pessoas amigas para fazer uma refeição condigna. E quando não aparece esta caridade voltamos a ficar pelo copo de água e pão duro, o que pode provocar doenças graves de origem alimentar», lamentam.
O quadro, ao que confidenciaram ao Correio Angolense, revela-se ainda mais penoso por carecerem até de espaço para acomodação condigna para livrarem-se do inclemente “mau humor” da natureza, sobretudo do frio, geralmente de rachar em terras europeias.
E aqui também, reforçam, não poucas vezes têm contado com o factor sorte para verem garantido um lugar para ao menos esticarem o corpo, visto que os menos sortudos são obrigados a buscar refúgio em lugares nada cómodos.
«Geralmente, muitos de nós ficam a residir em casas de colegas russos, alguns dos quais passaram por Angola e por isso conhecem e entendem a nossa realidade. Quem não tiver esta sorte tem que enfrentar situações adversas de ter de morar na rua com as condições climatéricas que se conhecem e a alta do crime», geralmente decorrente de questões xenófobas.
Cansaram-se, por isso, de continuar a acenar para os órgãos afins, daí que entendem ser agora a vez de o PR desferir um potente soco na mesa para procurar limpar a má imagem que esta situação tem deixado de Angola extramuros.
«Atingimos o zero», dizem, fazendo uma alusão a um escrito poético de Agostinho Neto, pois «ninguém se presta a um esclarecimento plausível», de tanto que passaram a ser rotulados de «incómodos», ao que dizem, por parte da Direção Principal de Preparação de Tropa e Ensino do EMGFAA.
Mais do que ignorados, dizem-se tratados «de forma grosseira», o que preocupa os estudantes para quem a manutenção do actual “status quo” implica graves repercussões por falta de alimentação e de habitação, conformando um cenário de extrema pobreza, esquecimento e completo abandono.
«Acreditamos, por tudo o que temos estado a passar, que só o Presidente da República estará em condições de colocar um ponto final à confusão que se está a criar e nos que tem deixado completamente de rasto, sem saber mais o que fazer», disseram, desesperados.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017