A posição vem expressa nas conclusões da V reunião ordinária do Conselho Federal daquela federação filiada à União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS).
Nesta reunião plenária, concluída na sexta-feira, participaram representantes de 12 das 18 províncias de Angola, que consideraram "antipatriótica a atitude dos mentores da eventual greve no setor da Educação", refere o documento.
Atualizações salariais e progressão na carreira são algumas das reivindicações da paralisação anunciada para o ensino geral.
Contudo, citados hoje pela agência noticiosa angolana, Angop, os membros daquela federação condenaram também a prática de "difamação gratuita", que certos órgãos fazem contra os sindicalistas filiados à federação, com o propósito de atingir fins inconfessos.
Os sindicalistas apelaram a todos os docentes e não docentes filiados na federação para não cumprirem as orientações do Sinprof, de adesão a qualquer movimento grevista, condenando ainda a suposta divulgação de mensagens nas redes sociais para que os alunos não compareçam às aulas nos dias 05, 06 e 07 de abril.
"Tal comportamento só revela o comprometimento desse sindicato com as forças ocultas que pretendem criar um clima perturbador do processo democrático e de paz que o país conhece", referem, nas conclusões.
O conselho federal é o órgão deliberativo da Federação Sindical de Trabalhadores da Educação, Cultural, Desporto e Comunicação Social e é constituído por 59 membros, que representam 97 filiados distribuídos por todo o país.
Os representantes do Sinprof em Luanda denunciaram anteriormente intimidações aos docentes, numa circular alegadamente emitida pelo Ministério da Educação, alertando sobre as consequências de adesão à greve geral.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral provincial de Luanda do Sinprof, Fernando Laureano, disse que emitiram, na quarta-feira, um comunicado em que manifestam que "foi com espanto" que tomaram conhecimento que a sua entidade patronal "optou por uma conduta de intimidação aos professores em todo o país".
No documento, o Sinprof lamenta que, "ao invés de pautar por uma conduta patriótica, no sentido de resolver por via do diálogo, os diferendos reclamados pela classe docente", o Ministério da Educação "optou por uma conduta de intimidação aos professores em todo o país, por intermédio dos diretores provinciais, municipais e de escolas, contrariando assim os alicerces que norteiam um Estado democrático e de direito".
Os professores reclamam, entre outras questões, o aumento salarial, e após várias semanas de negociações com o Governo angolano, para abordar reivindicações apresentadas desde 2013, decidiram numa assembleia provincial, com cerca de 4.000 professores, partir para a greve.
A paralisação deverá ser ter outras fases, estando a segunda agendada para maio e a terceira para junho, devendo ser alargada a todo o país.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017