Trata-se de uma nova quebra na cotação média do mercado informal, no espaço de uma semana, segundo as rondas habituais realizadas pela Lusa e numa altura em que persistem limitações no acesso a divisas nos bancos, mesmo nas contas em moeda estrangeira.
Este novo mínimo contrasta com o pico de 500 kwanzas (2,85 euros) por cada dólar dos primeiros dias de janeiro.
Na ronda feita hoje pela Lusa, as 'kinguilas' de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, atividade ilegal, continuam a justificar a quebra com a falta de kwanzas suficientes para realizar as trocas, o que acaba por valorizar a moeda nacional.
Face à falta de dólares nos bancos, estas taxas de rua já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em agosto e julho, depois de máximos de 630 kwanzas em junho.
Entretanto, a nova legislação do BNA impede desde fevereiro o levantamento de moeda estrangeira nas contas em bancos nacionais a não residentes cambiais, o que pode constituir um novo foco de pressão na cotação do mercado de rua.
O Banco Nacional de Angola (BNA) garantiu em dezembro que não prevê qualquer nova desvalorização do kwanza, face à "tendência de estabilidade" dos preços, e já no final de janeiro vendeu aos bancos o valor máximo de divisas desde praticamente o início da crise, em 2014: mais de 600 milhões de euros no espaço de uma semana.
Essas vendas de divisas têm vindo no entanto a descer progressivamente, para menos de 200 milhões de euros por semana já em fevereiro.
"Tendo em conta a tendência de estabilidade do nível geral dos preços e consequentemente a desaceleração da taxa de inflação mensal, o BNA reafirma o seu engajamento na preservação do valor da moeda nacional, razão pela qual não haverá desvalorização do kwanza", lê-se no mesmo documento do banco central angolano, de dezembro.
Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvalorizado o kwanza, face ao dólar, em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.
A taxa de câmbio oficial cifra-se atualmente em cerca de 166 kwanzas (95 cêntimos de euro) por cada dólar, quando antes do início da crise das receitas do petróleo, ainda em 2014, era de 100 kwanzas.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017