O kwanza "não tem valor nos mercados internacionais", diz Manuel, um dos funcionários portugueses que ainda não recebeu os dois meses de salário em euros que a Soares da Costa prometeu pagar até quarta-feira última.
Apesar disso, português não ataca a empresa. Em Luanda, dá-lhe casa e três refeições por dia. "Disso não me posso queixar". Mas queixa-se da falta de resposta da parte dos responsáveis da empresa e, sobretudo, do Governo de Angola.
Apesar de estar encostado a parede, Manuel acha melhor estar em Angola, até porque tem emprego.
"Ainda assim, vive-se. Cá não tem trabalho; lá trabalha, mas não recebe", acredita.
Para ele, o dinheiro virá, um dia, e os primeiros a receber serão os que estiverem no ativo, pelo que não quer perder a vez, ficando em Portugal sem trabalhar. Mas, enquanto isso, desespera com a saúde da mulher, Maria, e as contas por pagar. Uma é a prestação da casa.
"Se me dessem o que me devem, já tinha pagado a casa e a minha mulher já tinha sido operada". Maria é doente, corre o risco de ficar numa cadeira de rodas. Mas continua, também ela, à espera que Angola deixe sair o dinheiro do país.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2016