De acordo com António Nzembo, vendedor, os trabalhadores da administração fazem uma cobrança de 100 kwanzas aos comerciantes do mercado para ser depositado na conta única do Estado, mas alegam que o dinheiro não tem seguido esse destino.
"O problema é que as pessoas que fazem a cobrança dos valores não nos inspiram confiança de que esse dinheiro tem sido depositado. Se nós pagamos é porque não queremos perder as nossas bancadas", apontou o vendedor de 47 anos.
Por seu turno, Afonso da Silva, também vendedor, disse que várias vezes já tiveram motivos suficientes para desconfiarem e reclamarem do destino dos dinheiros cobrados, mas não o fizeram porque estavam a evitar problemas que poderiam levar à expulsão de qualquer um dos vendedores do mercado.
Acrescentou ainda que os cobradores deste mercado, essencialmente de peças de automóveis, nos últimos dias, já não se fazem acompanhar da ficha de comprovativo. Mas, de qualquer das formas, os vendedores são obrigados a pagar. "Se alguém questionar sobre o destino destes valores é capaz de ser expulso do mercado. Para evitar isso é melhor manterse calado, por um lado, por outro, muitos não questionam pelo facto de ser uma quantia de 100 kwanzas porque se fosse acima disso as reclamações seriam constantes".
Para Maria de Rosário, o Estado deveria ser mais exigente com as administrações dos mercados relativamente aos depósitos dos dinheiros, "mas como não há rigorosidade aí está o resultado", apontou a vendedora de material eléctrico de 33 anos.
Uma fonte oficial confirmou ao Novo Jornal Online que desde o princípio do ano não tem sido depositado o dinheiro na conta única do Estado e que desconhece o destino dos valores.
A fonte foi mais além, disse que é um problema que muitos mercados a nível do município de Luanda têm vivido.
Trata-se dos mercados dos Distritos Urbanos da Ingombota, Maianga, Kilamba Kiaxi, Rangel, Samba e Sambizanga.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias Stop 2016