famílias de fazer transferências. Mas há uma solução proposta pelo cônsul-geral angolano naquela cidade: terminarem os seus cursos em Angola, sem prejudicarem os seus percursos académicos.
Muitos estão a ser aconselhados a repensarem a sua permanência naquele país e, em alternativa, regressarem às universidades angolanas.
O cônsul-geral de Angola no Rio de Janeiro, Rosário Ceita, fez um apelo claro aos estudantes angolanos nas universidades brasileiras, cujas famílias não estejam a conseguir fazer-lhes chegar dinheiro, a ponderarem a possibilidade de regressar ao país, preconizando, nesse cenário, que os dois países estabelecem um acordo que não obrigue à descontinuidade dos estudos.
Este acordo, segundo o diplomata angolano, deverá permitir que os estudantes angolanos que optem por seguir esta indicação não sejam prejudicados nos seus percursos académicos sendo integrados no mesmo ano dos seus cursos e nas mesmas áreas de estudo.
O diplomata pede que essa ponderação seja feira "com coerência", tendo como pano de fundo a crise que Angola atravessa, com a inerente dificuldade em enviar divisas para o exterior e os inevitáveis constrangimentos financeiros em muitos dos alunos a frequentar escolas no exterior.
É conhecida a realidade que gera este tipo de dificuldades: com a queda abrupta do preço do petróleo nos mercados internacionais, ocorrida nos últimos anos, Angola viuse a braços com uma grave crise económica e com o desaparecimento de divisas do seus sistema bancário, sendo hoje praticamente impossível transferir verbas para o estrangeiro.
Para além dos trabalhadores estrangeiros que não conseguem transferir os seus salários para os países de origem, também as famílias angolanas não têm como fazer chegar verbas aos seus educandos, havendo já casos de situações de desespero, como acontece na Namíbia, onde centenas já regressaram a Angola e muitos que querem permanecer foram obrigados a trabalhar como vendedores ambulantes e a mudarem as sua residências para as zonas mais pobres e mais baratas de Windhoek.
Também no Brasil essa realidade começa a ganhar corpo, sendo disso exemplo o crescendo de pedidos dramáticos de ajuda que chegam ao consulado geral de Angola no Rio de Janeiro "Os estudantes passam por várias dificuldades, principalmente os que aqui chegam sob responsabilidade dos pais.
Aconselhamos aos que se encontram a frequentar o primeiro e segundo anos a reconsiderarem a sua posição, pois acreditamos que ainda que se regularize a situação cambial, o envio de remessas por parte dos pais vai ser reduzido, na medida em que quer o Brasil quer Angola se encontram em estado inflacionário, fruto da crise", explicou Rosário de Ceita aos jornalistas, citado pelo Jornal de Angola.
O diplomata angolano admite mesmo que a situação é insustentável, especialmente para aqueles que se deslocaram para as universidades brasileiras à custo dos seus familiares, sendo, diz, menos grave a situação daqueles que estão a ser financiados por bolsas do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE).
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias Stop 2016