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Sábado, nov.
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Cimento em alta de preços continua a pressionar construção no País

Angola
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Os preços dos materiais de construção subiram 24,3%, entre Junho de 2023 e o mesmo mês de 2024, com o cimento a ser o produto cujo preço mais subiu, apontam dados do Índice de Preços dos Materiais de Construção (IPMC), divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).


Este aumento vem confirmar a tendência inflacionista dos materiais de construção no País nos últimos anos. Aliás, a inflação homóloga está a subir há dois meses consecutivos. O cimento e aglomerante são os produtos, entre os materiais de construção, que mais têm registado aumentos neste período, o que tem comprometido muitos projectos de construção e adiado o sonho da casa própria da maioria da população.


Por exemplo, nos últimos 12 meses o preço dos dois produtos atingiu um aumento de 51,9% face a Junho de 2023 (no mercado informal, o preço do saco de 50 kg custa cerca de 5 mil Kz), seguido das vigas, vigotas e ripas, com 18,3%, números que mostram o quão tem sido difícil suportar os custos relacionados com as obras de construção civil. Como resultado, cresce no mercado o número de obras paralisadas. Por exemplo, o Inquérito Trimestral de Avanço e Acompanhamento dos Edifícios em Processo de Construção (ITAEPC) do INE, referente ao III trimestre de 2023 indicou que 77% das 3.125 obras visitadas em todo o País estavam paralisadas, num total de 2.404. Por outro lado, os produtos como diluentes foram os que viram os preços crescer menos (8,5%), seguindo-se tubagens e acessórios de plásticos (9,6%) e as chapas perfiladas, cujo aumento foi de 11,8%.


E se em termos homólogos os preços subiram um pouco mais de 24%, em Junho do corrente ano face a Maio registou-se um aumento de 1,8%, o segundo crescimento mensal mais baixo verificado este ano. À semelhança do que acontece com os bens de consumo corrente, como a alimentação, também os preços dos materiais de construção têm sido afectados pela situação macroeconómica do País, com uma moeda fortemente desvalorizada e uma inflação galopante que, só em Luanda, está próxima dos 43%.


Em relação à oferta de cimento, especialistas foram unânimes em pontuar que a indústria cimenteira no País tem sido fortemente afectada pela conjuntura económica do País e tem estado a ver a sua produção em queda já há alguns anos. Ou seja, além das questões relacionadas com a desvalorização da moeda também há que se ter em conta a queda da oferta, o que faz cumprir a lei de mercado em que oferta inferior à procura faz disparar os preços.


Ritmo ascendente preocupa


A Associação dos Empreiteiros da Construção Civil e Obras Públicas de Angola (AECCOPA) mostra-se bastante preocupada com o ritmo ascendente dos preços dos materiais de construção nos últimos dois anos, que deriva do momento de crise por que passa a economia do País, marcada pela escassez de divisas para a importação de equipamentos e matéria-prima para a "alimentar" a indústria da construção.


Por outro lado, o engenheiro civil António Venâncio, explicou ao Expansão que as razões para o aumento do preço do cimento em Angola tem a ver com a actual conjuntura económica do País aliada à desvalorização da moeda nacional e à inflação. "Se olharmos atentamente para os custos fixos directos e indirectos, veremos que a alteração dos preços dos produtos e sobretudo dos combustíveis no mercado nacional influenciaram sobremaneira no aumento do preço do cimento", afirma.


O especialista em fiscalização de obras explica que as características técnicas do sistema de produção, incluindo os altos consumos de energia e de combustíveis, que a tecnologia da produção dos componentes do cimento exige e a manutenção dos equipamentos contribuem para a estrutura de custos elevados do ciclo de produção do cimento. O IPMC é um indicador económico que reflecte a variação dos preços dos principais materiais que intervêm na actividade de construção e transformação de edifícios para qualquer fim, entre a promoção imobiliária, engenharia civil, trabalhos especializados de construção, como demolição e preparação dos locais de construção, instalação eléctrica, acabamento de edifícios e outras obras.

 

 

 

 

 


Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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