“Quando vier a realidade económica de que não se pode viver com os salários que existem, com o saneamento que existe, com a falta de medicamentos, com hospitais que não funcionam, a desilusão vai começar,” disse.
Mihaela Webba abordou também a recente exoneração de José Filomeno dos Santos da liderança do Fundo Soberano de Angola, recordando que essa exoneração já tinha sido “solicitada” pela UNITA há alguns meses atrás após revelações sobre contractos e contas duvidosas.
“Esta decisão peca por ser tardia mas é acertada,” disse Miahela Webba para quem após as revelações sobre acções duvidosas na administração do fundo “não restava outra solução” ao presidente angolano.
A jurista disse que compete agora à procuradoria “agir” e iniciar uma investigação a possíveis ilegalidades cometidas.
“Num estado de direito a gestão da coisa pública tem que ser transparente,” afirmou.
A deputada da UNITA disse ainda que apesar da série de exonerações e promessas e o combate à corrupção não há ainda para si algo que indique mudanças profundas.
“Não estou convencida das suas boas intenções,” afirmou.
Webba afirmou durante o programa que a razão pela qual a Rádio Despertar e a Rádio Ecclésia ainda não transmitem para todo o país é “à falta de vontade política.”
A deputada criticou asperamente o orçamento para 2018: “O mesmo do mesmo.”
“O OGE de 2018 é igual ao de José Eduardo dos Santos “, disse sublinhando os gastos com a defesa e segurança que continuam a ser superiores aos das questões que considerou vitais para o desenvolvimento do país, nomeadamente saúde, educação e agricultura.
Mihaela Webba disse que o presidente deveria ter começado por reduzir o tamanho de postos governamentais para popular dinheiro.
O presidente, disse, reduziu o número de ministérios mas “aumentou o número de ministros e secretários de estado”.
Abordando o diferendo entre Portugal e Angola sobre o julgamento do antigo vice-presidente Manuel Vicente, a deputada da UNITA rejeitou o argumento de que se trata da defesa da soberania nacional.
Embora haja de facto um acordo da CPLP que prevê a transferência de casos para o país de origem dos acusados, isto não se pode aplicar porque uma lei de amnistia foi aprovada em Angola e qualquer crime alegadamente cometido pelo ex-presidente seria automaticamente abrangido por isso.
Mais adiante a jurista acrescentou que os alegados crimes cometidos por Manuel Vicente “não têm nada a ver com a soberania de Angola”.
Manuel Vicente, disse a deputada, não agia a fazer “diligências a favor do estado” e “não estava a negociar por Angola”.
“Não é um atentado à soberania porque é um caso envolvendo negócios particulares”, afirmou.
A deputada criticou o facto de João Lourenço não deixar que Manuel Vicente seja julgado em Portugal.
“Seria um oportunidade sublime para mostrar que quer combater a corrupção”, concluiu.
Fonte:da Redação e Por Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2018