A companhia responsável pela ideia é a Draper, uma empresa focada em invenções que envolvam, de alguma forma, a biologia. De acordo com Jesse J. Wheeler, pesquisador chefe do projeto, o objetivo da criação é conseguir chegar onde as máquinas que temos hoje não conseguem. “É um tipo totalmente novo de microveículos voadores. É menor, mais leve e mais discreto do que qualquer outra coisa já feita pelo homem”, ele afirma.
Para funcionar, a invenção utiliza os animais ainda vivos. Chips são acoplados nas costas das libélulas, com uma ligação direta ao sistema nervoso. Remotamente, os controladores disparam impulsos que funcionam como uma espécie de neurônio, que manda mensagens especialmente sobre a asas do inseto, controlando-o independente da sua vontade.
Claro que não faltam utilidades para a invenção; até mesmo algumas menos óbvias do que a espionagem. Os pesquisadores envolvidos no processo afirmam que a tecnologia poderia suprir o papel de um bicho que está desaparecendo: as abelhas – que foram colocadas na lista dos animais em extinção, no ano passado. O sumiço delas pode trazer prejuízos notáveis para a economia mundial. De acordo com a Casa Branca, só nos EUA, 15 bilhões de dólares são consequência direta da polinização. Controlando os ciborgues, poderíamos improvisar: centenas de libélulas trabalhando como abelhas.
Aparentemente, nenhum pesquisador viu a última temporada de Black Mirror.
Este texto foi originalmente publicado no site da Revista Superinteressante.
Fonte:Exame
Reditado para:Noticias do Stop 2017
Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP