Seja no Facebook, no Instagram ou no Twitter, é preciso estar sempre atento aos termos que explicam como seus dados serão compartilhados com os amigos e o mundo. Mas, às vezes, essas informações de compartilhamento não ficam claras, o que pode ser muito perigoso.
Foi o que aconteceu com Sandra*, uma norte-americana que teve seus dados pessoais revelados a um homem que a perseguia - tudo por causa de uma confusão com o formulário de denúncia do Twitter.
Segundo o Business Insider, tudo começou quando Sandra se envolveu publicamente em questões políticas, apoiando um dos candidatos à presidência dos Estados Unidos.
Foi o suficiente para alguns opositores começarem a usá-la como um bode expiatório: rastrearam todas as informações da moça, invadiram a conta do Dropbox dela e vazaram várias fotos - algumas, inclusive, com o tal candidato apoiado por ela. Passou até a receber mensagens com ameaças.
Assustada, ela denunciou todos os posts. A resposta demorou: o Twitter respondeu, por e-mail, apenas sete dias depois.
A empresa ainda explicou que, como a reclamação dela envolvia fotos, seria classificada como violação de direitos autorais - e que, para que a denúncia fosse levada adiante, Sandra precisaria preencher um formulário chamado DMCA (Digital Millennium Copyright Act, que se refere à lei que regula as questões de copyright nos Estados unidos), procedimento praxe em casos desse tipo.
No questionário, Sandra precisou deixar uma série de dados: nome, endereço, e-mail e um link para a foto ou vídeo denunciado - só assim o site consegue ter certeza de que você é realmente o dono daquele conteúdo.
Em uma situação normal de copyright infringido, esses dados também são enviados para a pessoa acusada, para que ela possa entrar em contato com você e se defender.
Só que o caso de Sandra era muito mais delicado, já que ela estava sendo ameaçada pela pessoa.
E o pior foi que o Twitter nem chegou a avisar que uma cópia do formulário seria enviada para o acusado de infringir o copyright - no caso, o cara que a perseguia.
Ela descobriu da pior maneira: o homem tuitou todos os dados dela e depois os compartilhou em um fórum político.
A perseguição recomeçou - dessa vez ainda pior, com o endereço dela. Sandra mandou vários e-mails e tuítes para o Twitter, mas ninguém respondeu.
Alguns dias depois, a conta do homem que espalhou os dados de Sandra foi derrubada, mas o mal já havia sido feito - ela já fora exposta.
Por isso, ela agora quer que o Twitter deixe mais claro em seu termo de privacidade as informaçõres sobre exposição de dados dos usuários, principalemente em casos de denúncia.
Por enquanto, tanto no site americano quanto no brasileiro, o aviso de que o relatório pode ser compartilhado aparece sem destaque nenhum: "Se decidirmos remover ou desativar o acesso ao material, notificaremos o(s) usuário(s) afetado(s) depois de remover ou desativar o acesso ao material, forneceremos a ele(s) acesso à reclamação do denunciante, além de instruções sobre como registrar uma contranotificação".
Também não há nenhuma informação sobre como evitar confusões como a que Sandra passou.
Em outros sites, porém, esse tipo de aviso é menos nebuloso. No Wordpress, por exemplo, ele aparece assim: "Nós reconhecemos que você nem sempre se sentirá confortável de compartilhar suas informações com o usuário contra quem você está batalhando pelos direitos autorais. Mas você pode, por exemplo, colocar as informações de outra pessoa (seu advogado, seu amigo, alguém da sua família); só deixe claro no DMCA que as informações de contato são válidas, e que você é citado como autor".
Procurado, o Twitter disse que não comenta sobre contas individuais.
* Nome alterado para proteger a identidade da fonte.
Fonte:STOP TECNOLOGIAS
Reditado por: Stop Noticias 2016
Tópicos:Facebook, Redes sociais, Empresas, Internet, Empresas americanas, Empresas de tecnologia, Empresas de internet, Twitter
Fotografias: Getty Images