pessoas, o Google sempre dependeu de terceiros: os fabricantes de hardware.
É por meio dos smartphones, tablets e computadores de outras marcas que os consumidores têm acesso à miríade de serviços do Google. Mas isso está mudando – e de forma acelerada. A empresa tem investido alto para desenvolver uma linha de hardware própria, que inclui de roteadores a caixas de som inteligentes.
Atualmente, a linha tem quatro principais produtos (ver arte ao lado), que incluem os smartphones Pixel, o dispositivo para conectar TVs à internet Chromecast e a caixa de som inteligente Google Home. Eles ainda são pouco representativos para a empresa, em termos de receita.
O Google não divulga separadamente os resultados, mas, com os serviços de nuvem, os dispositivos renderam US$ 3 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Isso é apenas uma fração do faturamento da empresa com publicidade, que gerou US$ 21,4 bilhões no mesmo período.
“O Google está fazendo um bom trabalho em diversificar suas receitas”, afirma o analista de mercado James Wang, da ARK Investment Management. “Eles estão tentando criar novos produtos para não depender apenas da publicidade.”
Não é a primeira vez que o Google investe em hardware. O gigante das buscas começou a olhar para a área em 2010, quando lançou em parceria com a HTC seu primeiro smartphone, o Nexus One. Naquela época, o Google queria inspirar os fabricantes de hardware a criarem novos dispositivos com Android. Nos anos seguintes, o Google lançou oito gerações de celulares Nexus, além de tablets e centrais multimídia.
O Google também arriscou em outras categorias, como vestíveis, ao surpreender o mercado com o Google Glass, em 2012. Mas foi só em 2013 que a companhia emplacou seu primeiro sucesso nesse mercado, o Chromecast. O pequeno aparelho, espécie de pen drive e com preço de US$ 35, permitia transformar qualquer TV com entrada HDMI em uma TV conectada. Em três anos, mais de 34 milhões de unidades do Chromecast foram vendidas.
“O Chromecast teve sucesso, porque as pessoas não precisavam aprender nada novo para usar”, diz o brasileiro Mario Queiroz, vice-presidente de produtos de hardware do Google e um dos principais engenheiros por trás do produto (ler entrevista ao lado).
Até o ano passado, esses esforços do Google em hardware ocorriam de forma descentralizada. No ano passado, a empresa decidiu criar uma divisão de hardware. A área é liderada por Rick Osterloh, que foi presidente executivo da Motorola, na época em que a empresa era do Google – em janeiro de 2014, o buscador vendeu a fabricante para a chinesa Lenovo.
Simbiose
Mais do que competir com outras fabricantes no mercado de hardware, o Google tenta se diferenciar pela integração quase que simbiótica entre hardware e software. “O Google quer oferecer uma experiência completa ao usuário”, afirma uma fonte de mercado que não quis se identificar. “É preciso entregar o produto pronto para o usuário, com toda a parte de hardware e software.”
Grande parte dessa integração passa pela interface entre sistemas e dispositivos. Por isso, o Google está apostando em desenvolver novas tecnologias de inteligência artificial, como o assistente pessoal Google Assistant. Ele vai garantir que os usuários interajam com todos os dispositivos e serviços do Google quase sem perceber (ler mais ao lado).
“A inteligência artificial deve alavancar a presença do Google em todos segmentos de mercado e será o fio que vai ligar as experiências dos usuários”, afirmou ao Estado o vice-presidente de pesquisas da Forrester, Michael Facemire.
Desafios
Mas não vai ser tão fácil assim para o gigante das buscas chegar lá. O Google ainda enfrenta muitas dificuldades, entre elas a correta distribuição de produtos em pontos de venda. É comum encontrar relatos de pessoas nos EUA que não acham o smartphone Pixel nas lojas. Outros produtos, como o Google Home, demoram a chegar em mercados fora dos EUA, como o Brasil.
Além disso, a empresa precisa explicar melhor seus produtos. “O mercado de hardware é muito competitivo”, diz o analista da consultoria Gartner, Tuong Nguyen. “É muito difícil alcançar consumidores se você não tem a escala de empresas como a Samsung e a Apple.
Fonte:Da Redação com Estadão Conteúdo.
Reditado para:Noticias do Stop 2017
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