A pesquisa, publicada no periódico científico Cell Host & Microbe, pode ajudar a explicar por que bebês nascidos de mães que tiveram o vírus podem ter crânios menores do que a média e feições desproporcionais.
Já se provou que o zika ataca células cerebrais fetais conhecidas como células progenitoras neurais – um tipo de célula-tronco que dá origem a várias espécies de células cerebrais.
A morte destas células é o que interrompe o desenvolvimento do cérebro e leva à microcefalia, uma má-formação craniana vista em bebês cujas mães foram infectadas pelo zika durante a gravidez.
Os cientistas norte-americanos que realizaram este estudo mais recente infectando células humanas com zika no laboratório descobriram que o vírus pode contaminar outro tipo de célula conhecida como célula da crista neural – que dá origem aos ossos e à cartilagem do crânio – e fazer com que elas secretem moléculas sinalizadoras que alteram sua função.
No laboratório, os níveis elevados destas moléculas foram suficientes para induzir diferenciação prematura, migração e morte das células progenitoras neurais, disseram os pesquisadores.
"Além dos efeitos diretos do zika vírus nas células progenitoras neurais e seus derivados, este vírus pode afetar o desenvolvimento cerebral indiretamente por meio de um diálogo cruzado sinalizador entre tipos de células embrionárias", disse Joanna Wysocka, bióloga química e de sistemas da Escola de Medicina da Universidade de Stanford e coautora do estudo.
O zika vírus já se disseminou por quase 60 países e territórios desde que o surto atual foi identificado no ano passado no Brasil, causando alarme por sua capacidade de provocar microcefalia e outras doenças neurológicas em crianças e adultos.
O Brasil é o país mais afetado até o momento, com mais de 1.800 casos relatados de microcefalia.
Fonte:REUTERS
Reditado para:Noticias Stop 2016
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Tópicos:Bebês, Microcefalia, Doenças, Zika