potencialmente nocivos conhecidos como ftalatos.
Em um estudo publicado recentemente na revista científica Environmental Health Perspectives, pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de George Washington, nos EUA, relatam que quem consome esses alimentos com frequência apresenta uma concentração de ftalatos no organismo 40 por cento maior que pessoas que não têm o hábito.
Os ftalatos pertencem a uma classe de produtos químicos sintéticos comumente utilizados para dar mais flexibilidade aos plásticos e adesivos. Eles são encontrados em inúmeros produtos, incluindo embalagens de alimentos e outros artigos usados na indústria da “comida rápida", e, segundo a pesquisa, podem ser transferidos da embalagem de plástico (ou com películas plásticas) para os alimentos altamente processados disponíveis no mercado.
De acordo com o Centro Americano para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o efeito de ftalatos na saúde humana ainda é pouco conhecido, mas os efeitos prejudiciais observados nos sistemas reprodutivos dos animais sugerem que não seria uma má ideia diminuir a exposição a eles.
Estudos de laboratório relatam alterações hormonais, baixa contagem de esperma, defeitos congênitos no sistema reprodutor masculino, infertilidade, diabetes e irregularidades na tireoide, entre outros problemas relacionados ao potencial de desregulação endócrina dos ftalatos.
Os pesquisadores coletaram dados sobre 8.877 pessoas que participaram dos questionários do US National Health and Nutrition Examination, entre 2003 e 2010, uma pesquisa de base populacional realizada periodicamente nos Estados Unidos.
Estes participantes deram informações detalhadas sobre a comida que eles tinham consumido nas últimas 24 horas e forneceram aos pesquisadores uma amostra de urina, que foi analisada para apresentar metabolitos (compostos do processo metabólico) de dois ftalatos específicos: DEHP e DINP.
Eles descobriram que os participantes que mais ingeriam alimentos de fast food no estudo apresentaram maior exposição aos ftalatos — 23,8 por cento mais elevado para o DEHP e níveis quase 40 por cento mais elevados de metabólitos DINP em comparação com pessoas que relataram não ter ingerido fast food nas 24 horas anteriores ao teste.
É claro que muitos dos alimentos que comemos hoje em dia estão expostos a transformações de uma maneira ou outra, mas os de fast food, em particular, são conhecidos por serem altamente processados, embalados e manipulados.
Além disso, os pesquisadores destacam que os alimentos que são ricos em gordura, como laticínios e carne, poderiam ser mais propensos à contaminação por ftalato, pelo fato de alguns desses compostos químicos serem lipofílicos, ou seja, têm afinidade para dissolver-se em gordura.
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