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Esboços da Bíblia - Livro de 2 Reis

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8 anos 3 meses atrás #244 por Malaquias
Esboços da Bíblia - Livro de 2 Reis foi criado por Malaquias
2 Reis (2Rs)


Escritor: Anônimo
Lugar da Escrita: Jerusalém e Judá
Escrita Completada: Cerca de 560-550 a.C.
Tema: Reis de Israel e de Judá

O Livro de Segundo Reis continua a traçar o curso turbulento dos reinos de Israel e Judá. Eliseu tomou o manto de Elias e foi abençoado com duas parcelas do espírito de Elias, realizando 16 milagres, em comparação com os 8 de Elias. Ele continuou a profetizar a condenação do Israel apóstata, onde apenas Jeú forneceu um breve lampejo de zelo por Deus. Os reis de Israel se afundaram cada vez mais na iniqüidade, até que finalmente o reino setentrional caiu diante da Assíria. No meridional reino de Judá, alguns reis de destaque, notavelmente Jeosafá, Jeoás, Ezequias e Josias, detiveram a onda de apostasia por algum tempo, mas, por fim, Nabucodonosor executou o julgamento de Deus por devastar Jerusalém, seu templo, e a terra de Judá. Assim se cumpriram as profecias de Deus e se vindicou a sua palavra!

Visto que Segundo Reis fazia originalmente parte do mesmo rolo que Primeiro Reis, o que já foi mencionado relativo a ser Jeremias o escritor se aplica igualmente aqui, assim como as provas da canonicidade e autenticidade do livro. Foi completado por volta de 560 a.C, e abrange o período que começa com o reinado de Acazias, de Israel e termina no 37.° ano do exílio de Joaquim. 2 Reis 1:1; 25:27.

As descobertas arqueológicas que apóiam o registro de Segundo Reis dão evidência adicional de sua genuinidade. Por exemplo, há a famosa Pedra Moabita, cuja inscrição fornece a versão do rei moabita Mesa sobre a guerra entre Moabe e Israel. (3:4, 5) Há também o obelisco de basalto negro do assírio Salmaneser III, exibido atualmente no Museu Britânico, em Londres, que menciona o Rei Jeú, de Israel, por nome. Há as inscrições do Rei Tiglate-Pileser III (Pul), da Assíria, que cita o nome de diversos reis de Israel e Judá, incluindo Menaém, Acaz, e Peca. 15:19, 20; 16:5-8.

Uma prova clara da autenticidade do livro se acha na extrema candura com que este descreve a execução dos julgamentos de Deus sobre seu próprio povo. Ao passo que primeiro o reino de Israel e daí o reino de Judá se desmoronam em ruínas, salienta-se-nos a poderosa força do julgamento profético de Deus em Deuteronômio 28:1529:28. Na destruição desses reinos, “acendeu-se . . . a ira de Deus contra essa terra, trazendo sobre ela a inteira invocação do mal escrita neste livro”. (Deut. 29:27; 2 Reis 17:18; 25:1, 9-11) Outros eventos registrados em Segundo Reis são elucidados em outras partes das Escrituras. Em Lucas 4:24-27, depois de Jesus se referir a Elias e à viúva de Sarefá, passa a falar de Eliseu e Naamã, mostrando por que ele próprio não foi aceito como profeta em seu próprio território. Assim, demonstra-se que tanto Primeiro como Segundo Reis são parte integrante das Escrituras Sagradas.

CONTEÚDO DE SEGUNDO REIS

Acazias, rei de Israel (1:1-18). Sofrendo uma queda em casa, este filho de Acabe adoece. Ele envia mensageiros para consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, sobre se há de sarar. Elias intercepta os mensageiros e os envia de volta ao rei, repreendendo-o por não consultar o verdadeiro Deus, e dizendo-lhe que, por não se ter voltado para o Deus de Israel, positivamente morrerá. Quando o rei envia um chefe com 50 homens para apanhar Elias e trazê-lo ao rei, Elias invoca fogo do céu para devorá-los. O mesmo ocorre a um segundo chefe com seus 50. Um terceiro chefe com 50 homens são enviados, e desta vez Elias poupa a vida deles em virtude do apelo respeitoso do chefe. Elias vai com eles ao rei e declara outra vez a sentença de morte sobre Acazias. O rei morre assim como Elias disse que sucederia. Daí, Jeorão, irmão de Acazias, torna-se rei sobre Israel, pois Acazias não tem filho varão para o suceder.

Eliseu sucede a Elias (2:1-25). Chega o tempo de Elias ser levado. Eliseu acompanha-o de perto em sua viagem de Gilgal a Betel, até Jericó, e finalmente atravessando o Jordão. Elias divide as águas do Jordão por golpeá-las com seu manto oficial. Ao observar um carro de guerra, de fogo, e cavalos de fogo se interporem entre ele e Elias, e ver Elias subir num vendaval, Eliseu recebe as prometidas duas parcelas do espírito de Elias. Ele logo mostra que “o espírito de Elias” pousa sobre ele. (2:15) Apanhando o manto caído de Elias, usa-o para dividir outra vez as águas. Daí, torna saudáveis as águas ruins de Jericó. A caminho de Betel, garotos começam a zombar dele: “Sobe, careca! Sobe, careca!” (2:23) Eliseu invoca a Deus, e duas ursas saem da floresta e matam 42 desses delinqüentes juvenis.

Jeorão, rei de Israel (3:1-27). Este rei persiste em fazer o que é mau aos olhos de Deus, apegando-se aos pecados de Jeroboão. O rei de Moabe vinha pagando tributo a Israel, mas agora se revolta, e Jeorão obtém a ajuda do Rei Jeosafá, de Judá, e do rei de Edom em ir contra Moabe. A caminho para o ataque, seus exércitos chegam a uma região onde não há água, e estão prestes a perecer. Os três reis descem a Eliseu para consultar a Deus, seu Deus. Por causa do fiel Jeosafá, Deus os socorre e lhes dá a vitória sobre Moabe.

Outros milagres de Eliseu (4:1-8:15). Uma vez que os credores da viúva de um dos filhos dos profetas estão prestes a tomar-lhe os dois filhos como escravos, ela busca a ajuda de Eliseu. Este multiplica milagrosamente o pequeno suprimento de azeite em sua casa, de modo que ela consegue vender o suficiente para pagar as dívidas. Certa sunamita reconhece Eliseu como profeta do verdadeiro Deus, e ela e o marido preparam um quarto para ele usar sempre que passar por Suném. Por causa da bondade dela, Deus a abençoa com um filho. Alguns anos mais tarde, o filho adoece e morre. A mulher recorre imediatamente a Eliseu. Ele a acompanha à sua casa, e, pelo poder de Deus, ressuscita o filho dela. Retornando aos filhos dos profetas em Gilgal, Eliseu remove milagrosamente a “morte na panela”4:40 por tornar inócuas as bagas venenosas. Daí, alimenta cem homens com 20 pães de cevada, contudo restam “sobras”. 4:40, 44.

Naamã, o chefe do exército sírio, é leproso. Uma mocinha israelita cativa diz à esposa de Naamã que há um profeta em Samaria que pode curá-lo. Naamã viaja para ir ter com Eliseu, mas, em vez de atendê-lo pessoalmente, Eliseu simplesmente manda dizer-lhe que vá banhar-se sete vezes no rio Jordão. Naamã fica indignado diante de tal aparente falta de respeito. Não são os rios de Damasco melhores do que as águas de Israel? Mas é persuadido a obedecer a Eliseu, e fica curado. Eliseu se recusa a aceitar um presente como recompensa, porém, mais tarde seu assistente Geazi corre atrás de Naamã e pede um presente em nome de Eliseu. Quando volta e tenta enganar Eliseu, Geazi é acometido de lepra. Ainda outro milagre é realizado quando Eliseu faz o ferro dum machado flutuar.

Quando Eliseu avisa o rei de Israel sobre uma trama dos sírios para o matar, o rei da Síria envia uma força militar a Dotã para capturar Eliseu. O assistente de Eliseu, vendo a cidade cercada por exércitos da Síria, fica temeroso. Eliseu o assegura: “Não tenhas medo, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.” Daí, ora a Deus para que permita a seu assistente ver a grande força que está com Eliseu. ‘E eis que a região montanhosa está cheia de cavalos e de carros de guerra, de fogo, em torno de Eliseu.’ (6:16, 17) Quando os sírios atacam, o profeta ora outra vez a Deus, e os sírios são acometidos de cegueira mental e conduzidos ao rei de Israel. Em vez de entregá-los à morte, porém, Eliseu diz ao rei que lhes ofereça um banquete e os despeça para casa.
Mais tarde, o Rei Ben-Hadade da Síria sitia Samaria, e ocorre uma grande fome. O rei de Israel culpa a Eliseu, mas o profeta prediz uma fartura de alimentos para o dia seguinte. Durante a noite, Deus faz com que os sírios ouçam o barulho de um grande exército, de modo que fogem, deixando todas as suas provisões para os israelitas. Depois de algum tempo, Ben-Hadade adoece. Ao ouvir a notícia de que Eliseu chegara a Damasco, envia Hazael para perguntar-lhe se ele se restabelecerá. A resposta de Eliseu indica que o rei morrerá e que Hazael se tornará rei em seu lugar. Hazael se certifica disso por ele próprio matar o rei e assumir a realeza.

Jeorão, rei de Judá (8:16-29). Nesse meio tempo, em Judá, o filho de Jeosafá, Jeorão, é agora rei. Ele não demonstra ser melhor do que os reis de Israel, fazendo o que é mau aos olhos de Deus. Sua esposa é filha de Acabe, Atalia, cujo irmão, também chamado Jeorão, reina em Israel. Com a morte de Jeorão, de Judá, seu filho Acazias torna-se rei em Jerusalém.

Jeú, rei de Israel (9:1-10:36). Eliseu envia um dos filhos dos profetas para ungir a Jeú como rei de Israel e comissioná-lo a eliminar a inteira casa de Acabe. Jeú não perde tempo. Vai atrás de Jeorão, rei de Israel, que está em Jezreel recuperando-se de ferimentos sofridos na guerra. O vigia vê a movimentada massa de homens aproximando-se, e por fim informa o rei: “O guiar é como o guiar de Jeú, neto de Ninsi, pois é com loucura que ele guia o carro.” (9:20) Jeorão, de Israel, e Acazias, de Judá, indagam sobre a intenção de Jeú. Jeú responde por perguntar: “Que paz pode haver enquanto há as fornicações de Jezabel, tua mãe, e as suas muitas feitiçarias?” (9:22) Quando Jeorão se vira para fugir, Jeú atira uma flecha que lhe traspassa o coração. Seu corpo é lançado ali no campo de Nabote, como retribuição adicional pelo sangue inocente derramado por Acabe. Mais tarde, Jeú e seus homens perseguem a Acazias, ferindo-o, de modo que morre em Megido. Dois reis morrem na primeira campanha-relâmpago de Jeú.

Agora é a vez de Jezabel! Quando Jeú entra triunfantemente em Jezreel, Jezabel aparece na janela, deslumbrantemente maquiada. Jeú não se deixa impressionar. “Deixai-a cair!”, diz ele a alguns assistentes. Ela despenca, e seu sangue salpica o muro e os cavalos que a pisoteiam. Quando vão enterrá-la, só encontram o crânio, os pés e as palmas das mãos dela. Isto ocorre em cumprimento da profecia de Elias, ‘os cães a comeram, e ela se tornou estrume no lote de terreno de Jezreel’. 2 Reis 9:33, 36, 37; 1 Reis 21:23.

A seguir, Jeú ordena a matança dos 70 filhos de Acabe, e amontoa as cabeças deles à entrada de Jezreel. São mortos em Jezreel todos os subservientes de Acabe. Daí, segue para a capital de Israel, Samaria! A caminho, encontra os 42 irmãos de Acazias, que viajam para Jezreel, não estando a par do que ocorre. Eles são apanhados e mortos. Mas, agora há outra espécie de encontro. Jonadabe, filho de Recabe, sai ao encontro de Jeú. À pergunta de Jeú: “É teu coração reto para comigo assim como o meu próprio coração é para com o teu coração?”, Jonadabe responde: “É.” Então, Jeú o faz ir junto no carro, para ver em primeira mão como ele ‘não tolera rivalidade para com Deus’. 2 Reis 10:15, 16.

Ao chegar a Samaria, Jeú aniquila tudo que resta de Acabe, segundo a palavra de Deus a Elias. (1 Reis 21:21, 22) Todavia, que dizer da detestável religião de Baal? Jeú declara: “Acabe, por um lado, adorou um pouco a Baal. Jeú por outro lado, o adorará muitíssimo.” (2 Reis 10:18) Convocando todos esses adoradores de demônios à casa de Baal, manda-os pôr suas vestes de identificação e se certifica de que não haja entre eles nenhum adorador de Deus. Daí, manda seus homens entrar e golpear a todos eles. A casa de Baal é demolida, e o lugar é transformado em latrinas, que existem até os dias de Jeremias. ‘Assim aniquila Jeú a Baal em Israel.’ 10:28.
Entretanto, até o zeloso Jeú falha. Em quê? No sentido de que continua a seguir os bezerros de ouro que Jeroboão estabeleceu em Betel e Dã. Ele não ‘cuida em andar na lei de Deus, o Deus de Israel, de todo o seu coração’. (10:31) Mas, por causa de sua ação contra a casa de Acabe, Deus promete que seus descendentes reinarão sobre Israel até a quarta geração. Nos seus dias, Deus começa a decepar a parte oriental do reino, trazendo Hazael da Síria contra Israel. Depois de reinar 28 anos, Jeú morre e é sucedido pelo seu filho Jeoacaz.

Jeoás, rei de Judá (11:1-12:21). A rainha-mãe, Atalia, é filha de Jezabel, na carne e no espírito. Ao saber da morte de Acazias, seu filho, ordena a execução da inteira família real e apodera-se do trono. Somente o filho bebê de Acazias, Jeoás, escapa da morte ao ser escondido. No sétimo ano do reinado de Atalia, Jeoiada, o sacerdote, faz com que Jeoás seja ungido rei e manda matar Atalia. Jeoiada dirige o povo na adoração de Deus, instrui o jovem rei nos seus deveres perante Deus, e providencia o conserto da casa de Deus. Por meio de presentes, Jeoás faz retroceder um ataque de Hazael, rei da Síria. Depois de governar por 40 anos em Jerusalém, Jeoás é assassinado por servos seus, e Amazias, seu filho, começa a reinar em seu lugar.

Jeoacaz e Jeoás, reis de Israel (13:1-25). Jeoacaz, filho de Jeú, continua na adoração de ídolos, e Israel vem a estar sob o poder da Síria, embora Jeoacaz não seja destronado. Com o passar do tempo, Deus liberta os israelitas, mas estes continuam na adoração do bezerro, estabelecida por Jeroboão. Com a morte de Jeoacaz, seu filho Jeoás toma seu lugar como rei em Israel, enquanto o outro Jeoás reina em Judá. Jeoás, de Israel, continua na adoração de ídolos de seu pai. Quando morre, seu filho Jeroboão se torna rei. É durante o reinado de Jeoás que Eliseu adoece e morre, depois de proferir sua profecia final de que Jeoás golpeará a Síria três vezes, o que se cumpre devidamente. O milagre final atribuído a Eliseu ocorre após sua morte, quando um homem morto é lançado na mesma sepultura, levantando-se vivo assim que toca nos ossos de Eliseu.

Amazias, rei de Judá (14:1-22). Amazias faz o que é reto aos olhos de Deus, mas deixa de destruir os altos usados para adoração. É derrotado na guerra por Jeoás, de Israel. Após reinar por 29 anos, é morto numa conspiração. Azarias, seu filho, é constituído rei em seu lugar.

Jeroboão II, rei de Israel (14:23-29). O segundo Jeroboão a ser rei em Israel continua na adoração falsa de seu antepassado. Reina em Samaria por 41 anos e tem êxito em recuperar os territórios perdidos de Israel. Zacarias, seu filho, o sucede no trono.

Azarias (Uzias), rei de Judá (15:1-7). Azarias governa por 52 anos. É reto perante Deus, mas deixa de destruir os altos. Mais tarde, Deus o flagela com lepra, e seu filho Jotão cuida dos deveres reais, tornando-se rei ao morrer Azarias.

Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías e Peca, reis de Israel (15:8-31). Segundo a promessa de Deus, o trono de Israel permanece na casa de Jeú até a quarta geração, Zacarias. (10:30) Por conseguinte, este se torna rei em Samaria, e seis meses depois um assassino o mata. Salum, o usurpador, dura apenas um mês. A adoração falsa, o assassínio e a intriga continuam a afligir Israel durante os reinados sucessivos dos reis Menaém, Pecaías e Peca. Durante o reinado de Peca, a Assíria fecha o cerco para o derradeiro ataque. Oséias assassina Peca, tornando-se o último rei de Israel.

Jotão e Acaz, reis de Judá (15:32-16:20). Jotão pratica a adoração pura, mas permite que os altos continuem. Acaz, seu filho, imita os reis do vizinho Israel por praticar o que é mau aos olhos de Deus. Quando atacado pelos reis de Israel e da Síria, solicita a ajuda do rei da Assíria. Os assírios vêm em seu socorro, capturando Damasco, e Acaz vai para lá ao encontro do rei da Assíria. Vendo o altar de adoração ali, Acaz manda erigir um em Jerusalém segundo o mesmo modelo, e passa a oferecer sacrifícios nele em vez de no altar de cobre do templo de Deus. Seu filho Ezequias torna-se rei de Judá qual sucessor seu.

Oséias, o último rei de Israel (17:1-41). Israel vem a estar agora sob o poder da Assíria. Oséias se rebela e busca a ajuda do Egito, mas no nono ano de seu reinado, Israel é conquistado pela Assíria e levado cativo. Assim termina o reino das dez tribos de Israel. Por quê? “Porque os filhos de Israel pecaram contra Deus, seu Deus . . . E continuaram a servir a ídolos sórdidos, a respeito dos quais Deus lhes dissera: ‘Não deveis fazer tal coisa’; por isso Deus ficou muito irado com Israel, de modo que os removeu da sua vista.” (17:7, 12, 18) Os assírios trazem pessoas do leste para se estabelecerem no país, e estas se tornam “tementes de Deus”, embora continuem adorando seus próprios deuses. 17:33.

Ezequias, rei de Judá (18:1-20:21). Ezequias faz o que é correto aos olhos de Deus, segundo tudo o que Davi, seu antepassado, havia feito. Desarraíga a adoração falsa e despedaça os altos, e até destrói a serpente de cobre feita por Moisés, porque agora o povo a venera. Senaqueribe, rei da Assíria, invade Judá e captura muitas cidades fortificadas. Ezequias tenta suborná-lo por meio de pesado tributo, mas Senaqueribe envia seu mensageiro Rabsaqué, que vai até os muros de Jerusalém exigindo a rendição e zombando de Deus diante dos ouvidos de todo o povo. O profeta Isaías reanima o fiel Ezequias com uma mensagem de ruína contra Senaqueribe. “Assim disse Deus: ‘Não tenhas medo.’” (19:6) Ao passo que Senaqueribe continua a ameaçar, Ezequias implora a Deus: “E agora, ó Senhor, nosso Deus, salva-nos, por favor, da sua mão, para que todos os reinos da terra saibam que somente tu, ó Senhor, és Deus.” 19:19.

Responde Deus esta oração altruísta? Primeiro, por meio de Isaías, envia a mensagem de que “o próprio zelo do Sehor Deus dos exércitos” fará o inimigo recuar. (19:31) Daí, naquela mesma noite, ele envia seu anjo para golpear 185.000 no acampamento dos assírios. De manhã ‘todos eles são cadáveres’. (19:35) Senaqueribe volta derrotado e passa a morar em Nínive. Ali, seu deus Nisroque lhe falha mais uma vez, pois é enquanto está prostrado em adoração que seus próprios filhos o matam, em cumprimento da profecia de Isaías. 19:7, 37.
Ezequias fica doente a ponto de morrer, mas Deus ouve outra vez a sua oração e prolonga-lhe a vida por mais 15 anos. O rei de Babilônia envia mensageiros com presentes, e Ezequias se atreve a mostrar-lhes toda a sua casa do tesouro. Isaías profetiza, então, que tudo em sua casa será um dia levado para Babilônia. Ezequias morre então, famoso pelo seu poder e pelo túnel que construiu a fim de trazer para dentro da cidade o abastecimento de água de Jerusalém.

Manassés, Amom e Josias, reis de Judá (21:1-23:30). Manassés sucede seu pai, Ezequias, e reina 55 anos, fazendo em grande escala o que é mau aos olhos de Deus. Restabelece os altos de adoração falsa, erige altares para Baal, constrói um poste sagrado assim como Acabe fez, e transforma a casa de Deus num lugar de idolatria. Deus prediz que trará calamidade a Jerusalém assim como fez a Samaria, ‘esfregando-a e emborcando-a’. Manassés também derrama sangue inocente “em quantidade muito grande”. (21:13, 16) É sucedido por seu filho Amom, que continua a fazer o que é mau durante dois anos, até ser morto por assassinos.

O povo constitui então a Josias, filho de Amom, como rei. Durante seu reinado de 31 anos, reverte por pouco tempo o avanço de Judá rumo à destruição, por “andar em todo o caminho de Davi, seu antepassado”. (22:2) Começa a fazer reparos na casa de Deus, e ali o sumo sacerdote encontra o livro da Lei. Este confirma que a destruição sobrevirá à nação por sua desobediência a Deus, mas Josias é assegurado de que, por sua fidelidade, esta não ocorrerá nos seus dias. Purifica a casa de Deus e o país inteiro da adoração de demônios e estende sua atividade de despedaçar ídolos até Betel, onde destrói o altar de Jeroboão, em cumprimento da profecia de 1 Reis 13:1, 2. Institui outra vez a Páscoa do Senhor Deus. “Antes dele não se mostrou haver nenhum rei igual a ele que voltasse a Deus de todo o seu coração, e de toda a sua alma, e de toda a sua força vital, segundo toda a lei de Moisés.” (23:25) Não obstante, a ira de Deus ainda continua por causa das ofensas de Manassés. Josias morre num confronto com o rei do Egito, em Megido.

Jeoacaz, Jeoiaquim e Joaquim, reis de Judá (23:31-24:17). Depois de reinar por três meses, Jeoacaz, filho de Josias, é levado cativo pelo rei do Egito, e seu irmão Eliaquim, cujo nome é mudado para Jeoiaquim, é colocado no trono. Este segue o proceder errado de seus antepassados e se torna vassalo de Nabucodonosor, rei de Babilônia, mas se rebela contra ele três anos depois. Com a morte de Jeoiaquim, seu filho Joaquim começa a reinar. Nabucodonosor sitia Jerusalém, captura-a, e leva os tesouros da casa de Deus para Babilônia, “assim como Deus falara” por intermédio de Isaías. (24:13; 20:17) Joaquim e milhares de seus súditos são levados ao exílio em Babilônia.

Zedequias, o último rei de Judá (24:18-25:30). Nabucodonosor faz do tio de Joaquim, Matanias, rei, e muda-lhe o nome para Zedequias. Este reina 11 anos em Jerusalém e continua a fazer o que é mau aos olhos de Deus. Rebela-se contra Babilônia, de modo que no nono ano de Zedequias, Nabucodonosor e seu inteiro exército sobem e constroem um muro de sítio em toda a volta de Jerusalém. Após 18 meses, a cidade é assolada pela fome. Abrem-se então brechas nos muros, e Zedequias é capturado ao tentar fugir. Seus filhos são mortos diante dele, e ele é cegado. No mês seguinte, todas as principais casas da cidade, incluindo a casa de Deus e a do rei, são incendiadas e os muros da cidade são demolidos. A maioria dos sobreviventes é levada cativa a Babilônia. Gedalias é nomeado governador sobre os poucos humildes que restam na zona rural de Judá. Todavia, ele é assassinado, e o povo foge para o Egito. Assim, o país fica totalmente desolado. As palavras finais de Segundo Reis falam do favor que o rei de Babilônia mostra a Joaquim no 37.° ano de seu cativeiro.

PROVEITO PARA OS NOSSOS DIAS:

Embora abranja o declínio fatal dos reinos de Israel e Judá, Segundo Reis reluz com muitos exemplos da bênção de Deus sobre os que demonstraram amor a ele e aos seus justos princípios. A sunamita, semelhante à viúva de Sarefá antes dela, foi muito abençoada pela hospitalidade que demonstrou para com o profeta de Deus. (4:8-17, 32-37) A capacidade de Deus, de sempre prover do necessário, foi demonstrada quando Eliseu alimentou cem homens com 20 pães, assim como Jesus havia de realizar mais tarde milagres similares. (2 Reis 4:42-44; Mat. 14:16-21; Mar. 8:1-9) Note como Jonadabe recebeu uma bênção ao ser convidado a ir junto no carro de Jeú, para ver a destruição dos adoradores de Baal. E por quê? Porque tomou ação positiva em sair para saudar o zeloso Jeú. (2 Reis 10:15, 16) Finalmente, há os exemplos esplêndidos de Ezequias e Josias, em sua humildade e devido respeito pelo nome e pela Lei de Deus. (19:14-19; 22:11-13) Estes são exemplos esplêndidos para seguirmos.

Deus não tolera o desrespeito a seus servos oficiais. Quando os delinqüentes zombaram de Eliseu, como profeta de Deus, este trouxe velozmente retribuição. (2:23, 24) Ademais, Deus respeita o sangue dos inocentes. Seu julgamento pesou muito na casa de Acabe, não só por causa da adoração de Baal, mas também por causa do derramamento de sangue que a acompanhava. Assim, Jeú foi ungido para vingar “o sangue de todos os servos de Deus da mão de Jezabel”. Quando o julgamento foi executado contra Jeorão, Jeú lembrou-se da pronúncia de Deus de que foi por causa do ‘sangue de Nabote e do sangue de seus filhos’. (9:7, 26) Da mesma forma, foi a culpa de sangue de Manassés que finalmente selou o destino funesto de Judá. Manassés, em adição ao pecado da adoração falsa, ‘encheu Jerusalém de sangue de ponta a ponta’. Embora Manassés se arrependesse mais tarde de seu proceder mau, a culpa de sangue permaneceu. (2 Crô. 33:12, 13) Nem mesmo o bom reinado de Josias, e exterminar ele toda a idolatria, puderam retirar a culpa de sangue comunal, remanescente do reinado de Manassés. Anos depois, quando passou a trazer seus executores contra Jerusalém, Deus declarou que foi por Manassés ter ‘enchido Jerusalém de sangue inocente, e Deus não consentiu em dar perdão’. (2 Reis 21:16; 24:4) De modo similar, Jesus declarou que a Jerusalém do primeiro século a.C. tinha de perecer porque seus sacerdotes eram filhos daqueles que derramaram o sangue dos profetas, ‘para que viesse sobre eles todo o sangue justo derramado na terra’. (Mat. 23:29-36) Deus adverte o mundo de que vingará o sangue inocente que tem sido derramado, especialmente o sangue ‘dos que foram mortos por causa da palavra de Deus’. Ap. 6:9, 10.

A certeza infalível com que Deus cumpre seus julgamentos proféticos também é demonstrada em Segundo Reis. Três destacados profetas nos são trazidos à atenção: Elias, Eliseu e Isaías. As profecias de cada um tiveram notável cumprimento, segundo se mostra. (2 Reis 9:36, 37; 10:10, 17; 3:14, 18, 24; 13:18, 19, 25; 19:20, 32-36; 20:16, 17; 24:13) Elias é também comprovado como profeta verdadeiro, em virtude de aparecer junto com o profeta Moisés e Jesus Cristo, na transfiguração no monte. (Mat. 17:1-5) Referindo-se à magnificência dessa ocasião, Pedro disse: “Por conseguinte, temos a palavra profética tanto mais assegurada; e fazeis bem em prestar atenção a ela como a uma lâmpada em lugar escuro, até que amanheça o dia e se levante a estrela da alva, em vossos corações.” 2 Ped. 1:19.

Os eventos registrados em Segundo Reis revelam claramente que o julgamento de Deus contra todos os que praticam a religião falsa e todos os que deliberadamente derramam sangue inocente é a exterminação. Contudo, Deus mostrou favor e misericórdia a seu povo “por causa do seu pacto com Abraão, Isaque e Jacó”. (2 Reis 13:23) Preservou-os “por causa de Davi, seu servo”. (8:19) Demonstrará misericórdia similar para com os que hoje se voltarem para ele. À medida que recapitulamos o registro e as promessas da Bíblia, com que confiança, cada vez mais profunda, aguardamos o Reino do “filho de Davi”, Jesus Cristo, a Semente prometida, em que não haverá mais derramamento de sangue nem
perversidade! Mat. 1:1; Isa. 2:4; Sal. 145:20.

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