contra o terrorismo.
O morador Carlos Mhula teme que o modus operandi que precipitou o terrorismo em Cabo Delgado esteja a ser testado para espalhar o terror em outras províncias do país.
"Preocupa-me pelo cenário de Cabo Delgado, como começou, que diferença de segurança e controlo tem com a [situação] de Cabo Delgado. O terrorismo tem várias formas e a gestão de armas em Moçambique deixa muito a desejar. Na rua encontramos um polícia minguado - em termos de pujança física - com uma AK47 nas costas. Com uma simples surpresa é capaz de deixar a arma no chão à mercê do criminoso", lamenta.
Silêncio das autoridades
No assalto ao posto policial da primeira esquadra de Xai-Xai, dois polícias terão sido rendidos por, pelo menos, dois homens armados. Segundo relatos, os atacantes levaram duas armas de fogo – uma AK47 e uma pistola –, além de carregadores contendo mais de 50 munições.
O chefe das Relações Públicas do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), Carlos Macuacua, confirmou que o posto policial foi alvo de assalto, mas negou gravar entrevista sobre o assunto. Sublinhou que a PRM só vai falar à imprensa após investigação.
Mas, para José Alcino, outro cidadão ouvido pela DW, o silêncio das autoridades sobre o caso deixa a população ainda mais apreensiva.
"É preocupante por esta falta de comunicação que a nossa entidade policial tem para com o povo. Não se justifica uma esquadra policial que é assaltada e a população não tem nenhuma satisfação, ninguém diz nada, apenas 'estamos a trabalhar'. Então é um sentimento de total desconfiança na proteção [dos cidadãos], esperamos que a própria polícia muito rapidamente venha ao público dizer o que aconteceu e o que está a ser feito".
Quem terá estado por detrás do assalto?
A pergunta que muita gente coloca é: como é que este assalto foi possível? E quem é que terá estado por detrás?
Lázaro Mabunda, jornalista e investigador, diz que uma hipótese é terem sido jovens, que tenham cumprido o serviço militar obrigatório e não tenham sido reintegrados na sociedade. "As pessoas que fizeram aquele tipo de assalto são pessoas que têm treinamento militar, conhecem todas as técnicas de neutralização de uma pessoa que está armada", analisa.
Outra justificação, segundo o jornalista, pode ser a má preparação dos próprios agentes da polícia. Mas não só: "Todo o mundo quer ir para a polícia, porque é onde há recrutamento massivo e hoje, se tu queres entrar na polícia, tens que pagar 50 mil meticais [o equivalente a cerca de 700 euros], no mínimo. Há criminosos que devem estar a infiltrar-se na polícia e são esses provavelmente que estão a ser protagonistas destes assaltos".
Independentemente de todas estas hipóteses, Lázaro Mabunda diz que uma coisa é certa – é preciso melhorar o processo de recrutamento para a PRM, e a resposta dos agentes, para que assaltos como este não se voltem a repetir.
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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