A eventual transferência está dependente da conclusão das negociações com o governo moçambicano.
Na sexta-feira da semana passada o governo do Malawi anunciou a sua decisão de reabrir o campo de Luwani para realojar as pessoas que fogem de alguns povoados da Localidade de Nkondedzi, distrito de Moatize, província de Tete, alegando violação dos direitos humanos nas suas zonas de origem, uma alegação já refutada pelo governo moçambicano no final de uma investigação realizada no terreno.
Fontes malawianas dizem que a suspensão da medida deve-se a um forte protesto do governo moçambicano.
Moçambique insiste que não há guerra no país, argumentando que essas pessoas que fogem para o Malawi não são refugiados e que devem voltar para as suas casas.
A ministra dos Assuntos Internos e Segurança Interna no Malawi, Jean Kalilani, confirmou a suspensão da medida.
"Suspendemos o realojamento como resultado das discussões com o governo de Moçambique"- disse Kalilani.
As autoridades malawianas cederam a pressão do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para a reabertura do centro de Luwani, encerrado há nove anos.
Ironicamente, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR, saudou a decisão do governo de reabrir o acampamento e Luwani.
O ACNUR elogiou a decisão do governo do Malawi de reabrir o centro de Luwani com mais de 160 hectares alegadamente para lidar com o número crescente de moçambicanos.
Falando numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça, o porta-voz do ACNUR, Leo Dobbs, disse que a reabertura do campo de Luwani vai proporcionar melhores instalações e serviços, incluindo água, saúde e educação, além de ser um local mais seguro.
"O ACNUR aprecia a generosidade do Malawi em acolher tantas pessoas. Também reiteramos a importância de manter as portas abertas para essas pessoas ", disse Dobbs, encorajando deste modo os moçambicanos a permanecer no Malawi numa altura em que o governo moçambicano defende o seu regresso ao país.
Entretanto, a Representante do ACNUR no Malawi, Monique Ekoko, disse que ainda não foi informada sobre a suspensão da movimentação dos moçambicanos para Luwani, prometendo que iria se pronunciar após a recepção do comunicado oficial.
"Precisamos de uma notificação oficial do governo do Malawi para o efeito antes que possamos fazer uma declaração"- disse Ekoko.
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