Se a vitória foi doce para o empresário, para Ted Cruz, seu então maior rival, foi amarga: depois da derrota, o senador do Texas desistiu de concorrer pela indicação oficial do Partido Republicano.
“Ted Cruz. Eu não sei se ele gosta de mim ou não, mas ele é um inferno de competidor. Ele é durão, um cara inteligente. E tem um futuro brilhante”, disse o empresário ao saber da saída do senador da disputa. Cruz, por sua vez, sequer mencionou a vitória de Trump.
Com esses fatores a seu favor, o empresário que vem incendiando os noticiários com declarações polêmicas está trilhando um caminho aparentemente sólido em direção à nomeação dos conservadores para concorrer à eleição presidencial em novembro de 2016.
Em tuíte publicado poucos momentos depois do anúncio de Cruz, o presidente do Partido Republicano Reince Priebus disse que Trump é o provável candidato oficial republicano e cobrou união de seus membros: “temos que nos unir e focar em derrotar Clinton”.
Henry Barbour, líder do Comitê Nacional Republicano do estado de Mississipi, também adotou a linha diplomática de Priebus e lembrou aos colegas que, se desejam vencer em novembro, é preciso, antes, estar na mesma página quanto ao nome a ser apontado como candidato oficial. Trabalhar por essa união, na sua visão, deverá ser a tarefa prioritária de Trump.
Contudo, apesar dessa postura de unificação adotada por certos líderes conservadores, a vida do empresário daqui para frente promete ser difícil, especialmente quando se considera que ele segue rejeitado por grandes nomes do partido. E esse grupo anti-Trump parece estar se fortalecendo.
O senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, por exemplo, já disse repetidas vezes o quanto reprova a candidatura do empresário. Ontem, depois do encerramento da contagem dos votos em Indiana, Graham disse no Twitter que uma possível nomeação oficial de Trump irá destruir o partido. “E vamos merecer”, pontuou.
Outro que já se posicionou contra o empresário é o senador Ben Sasse, do Nebraska. No Facebook, em fevereiro, ele discorreu sobre os motivos que o fazem rechaçar a retórica e propostas do possível candidato oficial republicano. Perguntado ontem se a vitória de Trump nas primárias mudaria algo no que já declarou publicamente, o senador foi claro: “Não”.
E isso não é tudo. De acordo com informações de jornais como o The Washington Post e Politico, cresce um movimento de membros do partido e apoiadores conservadores que cogitam um cenário antes inimaginável: apoiar a candidatura de Hillary Clinton.
Um exemplo é Mark Salter, ex-assessor de John McCain, que foi o candidato republicano nas eleições de 2008. No Twitter, ele publicou que “o Partido irá eleger um cara que lê o National Enquirer e acha bom. Estou com ela”, finalizando com o slogan cunhado pela campanha da ex-secretária de Estado.
O que acontecerá daqui em diante durante o processo de candidatura de Trump é incerto. Mas é inegável o fato de que os republicanos terão de se unir para seguir em frente, seja apoiando o empresário ou apostando em outras estratégias para barrá-lo na convenção nacional.
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