Esta sexta-feira, em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, disse que os membros rejeitaram o pedido de Kiev de criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia.
“A questão foi evocada e os Aliados estão convencidos que não devemos ter aviões da NATO no espaço aéreo ucraniano ou tropas da NATO no solo porque isso poderia levar-nos a uma guerra total na Europa”, afirmou Jens Stoltenberg.
O secretário-geral da NATO acrescentou: “Temos a responsabilidade de impedir o alastrar desta guerra para lá da Ucrânia porque isso seria ainda mais perigoso, mais devastador e causaria ainda mais sofrimento humano.”
Jens Stoltenberg sublinhou que a NATO “é uma aliança defensiva” e disse temer que “os dias vindouros sejam piores” na Ucrânia, “com mais mortos, mais destruição porque a Rússia vai utilizar armas mais pesadas”.
“Esta é a pior agressão militar da Europa em décadas, com cerco a cidades e a escolas, hospitais e edifícios residenciais e acções imprudentes de bombardeamento em torno de uma central nuclear ontem [quinta-feira] à noite e muitos civis mortos ou feridos”, declarou.
Jens Stoltenberg disse, ainda, que “a ambição do Kremlin é recriar uma esfera de influência e negar a outros países o direito de escolherem o seu próprio caminho”. Por isso, “os ministros [da NATO] discutiram a necessidade de apoiar os parceiros que possam estar em risco, incluindo a Geórgia e a Bósnia-Herzegovina”.
A reunião desta sexta-feira do Conselho do Atlântico Norte, presencial e presidida pelo secretário-geral, foi alargada aos chefes de diplomacia da Suécia, Finlândia e União Europeia. Esta tarde, Jens Stoltenberg participa num Conselho extraordinário de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Oiça aqui a reportagem do nosso correspondente em Bruxelas Vasco Gandra.
Reportagem de Vasco Gandra de 04 de Março de 2022
Ao nono dia da invasão russa à Ucrânia, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kouleba, pediu à NATO para “não deixar Putin transformar a Ucrânia na Síria” e disse necessitar de parceiros para “acções concretas e rápidas, agora”.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, presente nas reuniões desta sexta-feira em Bruxelas, afirmou que a Rússia violou “todos os princípios do direito internacional” ao invadir a Ucrânia e está também a desrespeitar “as regras da guerra” com "ataques indiscriminados contra civis". Santos Silva falou, ainda, no bombardeamento junto da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, esta madrugada, como “evidentemente condenável a todos os títulos”. O ministro apontou, também, que Portugal está entre os 29 países que solicitaram ao procurador do Tribunal Penal Internacional que sejam investigados “indícios bastante fortes de crimes de guerra" durante a ofensiva militar russa na Ucrânia.
Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal
Desde o início da ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, na madrugada de 24 de Fevereiro, as autoridades de Kiev contabilizaram mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de deslocados, a maioria dos quais foram acolhidos na Polónia, enquanto outros foram para a Hungria, Moldávia e Roménia, entre outros países.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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