Discutem-se o processo de transição e a preparação para múltiplas candidaturas para o congresso ordinário de 2026. A DW África conversou com António Venâncio, militante do Movimento Popular de Libertação de Angol (MPLA) e pré-candidato à presidência do partido que governa Angola desde 1975.
Venâncio afirma que o congresso foi convocado "num bom momento" porque servirá para abordar "assuntos inadiáveis ou urgentes", como, por exemplo, os 50 anos de independência angolana: "Este congresso extraordinário poderá ter uma conotação histórica, pois estamos a viver um momento muito fértil para a democratização interna, um ambiente que permitirá ensaiar os nossos estatutos relativamente às múltiplas candidaturas." "Antecedendo o congresso ordinário de 2026, este evento pode servir para ensaiar a forma prática como este princípio pode ser exercido," avalia.
Múltiplas candidaturas
Também a ensaiar está o general na reserva Higino Carneiro.
O antigo ministro das Obras Públicas e governador de Luanda já manifestou publicamente a sua pretensão de ser presidente do MPLA e, consequentemente, da República de Angola. Outro nome mencionado é o de Bornito de Sousa, antigo vice-presidente da República. Mas há mais candidatos.
O jornalista angolano residente na África do Sul, José Gama, aponta, por exemplo, a figura de Fernando da Piedade Dias dos Santos "Nandó" - ex-primeiro-ministro e presidente da Assembleia Nacional. "É um elemento muito credível no partido e muito aceite por todos. Há correntes internas a encorajá-lo a avançar com uma candidatura," afirma.
Desafios a superar Então, está-se perante o início do processo de transição no MPLA? José Gama responde que este congresso servirá essencialmente para separar as águas, uma vez que há contestação interna, tensões e correntes que querem o poder. "O presidente, ao realizar os dois congressos, usará este extraordinário para debater questões do partido e da vida interna do MPLA," relata Gama. "Assim, quando chegarem ao congresso de 2026, não terão de discutir questões que dividam os quadros ou os membros do partido," acrescenta o jornalista.
O congresso de 2026 será apenas para renovação de mandatos. José Gama explica a estratégia de João Lourenço. "Toda a roupa suja do MPLA será lavada neste congresso extraordinário.
Quando chegarem ao ordinário, estarão todos apaziguados e não perderão tempo com acusações mútuas," diz. "Ele faz isso porque, na história do MPLA, já se provou, com a saída de José Eduardo dos Santos, que quando o líder está perto de sair ou cessar o poder a nível do Estado, o período em que perde o Estado é um líder enfraquecido," conclui.
Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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