
Os preços sobem quase todos os dias. Ele fracassou mesmo", sublinha. Esta sexta-feira, (15.10), o presidente João Lourenço discursa no Parlamento angolano sobre o "estado da nação", na abertura do ano legislativo 2021/2022.
Questionado sobre as suas expetativas relativamente a esse discurso, a resposta de Nimi a Simbi é clara: "Não espero nada". "Se durante quatro anos não mudou o nível social dos angolanos, o que é que ele vai dizer? Não é uma vara mágica que ele vai bater e os problemas aparecem resolvidos.
Os problemas resolvem-se com o tempo. Se durante quatro anos não conseguiu, em um ano vai conseguir? Vamos ver esse milagre, talvez", acrescenta.
A "cruzada contra a corrupção" é o cavalo de batalha do Presidente João Lourenço desde a sua tomada de posse, em setembro de 2017. Nimi a Simbi questiona essa luta e diz que a governação angolana não é transparente. "Desde que começou, quanto é que ele já recuperou? E o dinheiro recuperado foi canalizado para onde? Esse dinheiro ajudou a melhorar a vida dos angolanos? Porque as informações que temos apanhado ao nível internacional, são biliões que foram desviados", afirma.
À semelhança de muitos críticos, o político também diz que a luta contra a corrupção é seletiva, lamentando que muitos ex-titulares de cargos públicos que, supostamente desviaram o dinheiro do Estado, continuem "à solta".
Nimi a Simbi também comentou o recente acórdão do Tribunal Constitucional que invalida o congresso da UNITA que elegeu Adalberto Costa Júnior em 2019.
"É um acórdão só para atrasar as coisas. Daqui a seis meses Adalberto vai voltar de novo. Volta na mesma situação", considera. Acabar com a crise interna Se Adalberto Costa Júnior voltar a ser eleito no congresso do partido, as dúvidas sobre a sobrevivência da Frente Patriótica Unida (FPU) poderão ser dissipadas. Sobre se o seu partido fará parte desta frente da oposição, Nimi a Simbi afirma que "é cedo ainda para FNLA pensar nisso".
"Neste momento isso não está dentro das minhas preocupações. Aliás, esse assunto não é do presidente do partido. Esse assunto é dos órgãos que orientam a política da FNLA. Quer dizer, o Bureau Político e o Comité Central", explica.
Para já, as prioridades dos primeiros meses do seu mandato são a unificação da organização assolada há décadas por uma crise interna, diz a Simbi. "Estamos a trabalhar efetivamente para acabar com a crise. Sabe que, em princípio, é um processo. Não é de um dia para o outro que tudo muda. Vamos trabalhando para tentar virar essa página", adianta.
A viragem passará certamente pela reconciliação com Pedro Dala, que foi eleito presidente da FNLA num congresso em agosto, tendo sido considerado ilegal.
Nimi a Simbi diz estar aberto ao diálogo: "A terapia para todas as crises é o diálogo. Tem que se disponibilizar para dialogar para um entendimento mútuo".
Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2021
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Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP/Estadão
