(170 triliões de pés cúbicos) de reservas de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma muitas multinacionais demandam o país, gerando-se oportunidades de negócio para as pequenas e médias empresas (PME's).
Falando durante um seminário ontem organizado para debater as oportunidades de negócio na bacia do Rovuma, em Moçambique, Salimo Abdula, presidente da Intelec Holding, que actua no sector da Energia, admitiu que as descobertas de grandes quantidades de gás natural do Rovuma pegou de surpresa muitas empresas nacionais, habituadas a trabalhar de forma “ad-hoc”.
Abdula diz ser verdade que a exploração do gás possa colocar Moçambique dentre os três maiores produtores mundiais deste recurso, mas é importante lembrar que a estrutura de custo deste hidrocarboneto é que vai determinar a sua competitividade no mercado internacional.
“Significa que quanto maior for a parte das empresas nacionais com capacidades internacionalmente reconhecidas envolvidas no projecto provavelmente poder-se-á reduzir os custos de produção e consequentemente se tornar o nosso gás competitivo a nível mundial”, sustentou.
Outro aspecto, segundo Salimo Abdula, é lembrar-se que nem tudo o que existe em Moçambique é gás, sendo por isso importante desenvolver também sectores como a Agricultura e Turismo, como forma de evitar os erros cometidos por outras nações que hoje se vêem dependentes apenas do petróleo, cujo preço continua a cair no mercado internacional.
Por seu turno, Rogério Manuel, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), considerou que a exploração sustentável, racional e integrada dos recursos naturais como um dos maiores desafios do país, dado a necessidade imperiosa da sua transformação e utilização local, de forma a acrescentar valor, gerar renda e emprego para os cidadãos nacionais.
“Precisamos de um sector privado forte que contribua com as suas actividades para o crescimento económico de Moçambique, potenciando cada vez mais o sector empresarial nacional, fundamentalmente as PME´s, dada o seu potencial para a geração de emprego e renda para os moçambicanos”, referiu.
Nilza Abdula, administradora executiva da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), considera o ano de 2016 como sendo decisivo para os projectos do Rovuma, sobretudo porque este é o ano em que as petrolíferas envolvidas vão tomar as decisões finais sobre os investimentos referentes à construção de instalações de processamento de gás.
Nilza Abdula garantiu também estar tudo a correr conforme os cronogramas inicialmente traçados e que o primeiro gás será produzido em 2020 ou o mais tardar 2021.
Já o representante do Instituto Nacional de Petróleos (INP), Augusto Macovele, falou dos investimentos realizados nos últimos cinco anos no sector petrolífero em Moçambique, que totalizam 8 biliões de dólares.
Para Mocovele, o gás é um dos produtos que oferecem maiores oportunidades de negócio a Moçambique, dado a sua maior procura no mercado internacional, facto associado ao seu reduzido impacto no meio ambiente.
O encontro de ontem foi organizado pelo Instituto Nacional de Petróleo e a African Influence Exchange. Para além de representantes de instituições do Estado juntaram-se também ao evento empresas com interesse no sector petrolífero e as PME's nacionais, para juntos partilharem as oportunidades que se abrem com a exploração do gás na bacia do Rovuma.
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