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Um ano sem caça furtiva do elefante na Reserva Nacional do Niassa

Um ano sem caça furtiva do elefante na Reserva Nacional do Niassa

Arte & Cultura
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A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) assinalou o marco histórico de um ano sem registo de caça furtiva de elefantes na Reserva Nacional do Niassa, entre 17 de Maio de 2018 à 17 de Maio de 2019.A Reserva Nacional do Niassa (RNN) é

gerida em regime de co-gestão com a Sociedade para a Conservação da Natureza (WCS Moçambique).

A Reserva Nacional do Niassa é a maior área de conservação de Moçambique com uma superfície de aproximadamente 42000 Km2 . Esta Área protegida faz fronteira com a República de Tanzânia numa extensão superior a 300 Km e é o maior depositário de elefantes no País tendo presentemente 40% do efectivo de elefantes, isto é cerca de 4000.

Entre 2011 e 2014 a RNN sofreu uma perda de aproximadamente 60% do seu efectivo de elefantes como resultado de actividade criminosa organizada da caça furtiva envolvendo elementos de origem Moçambicana e Tanzaniana.

Durante este período foram abatidos entre 80-100 elefantes por mês ou cerca de 1.200 por ano com impactos significativos na população de machos mas também de fêmeas e crias que pereceram como resultado da morte das mães e consequente fome e ou predação.

Como resultado de acções concretas e coordenadas nas frentes de fiscalização, combate a caça furtiva, sensibilização comunitária, e melhoria do judiciário estes níveis de perdas foram gradualmente sendo diminuídos, com a morte por caça furtiva de 128 e 27 elephants em 2017 e 2018, respectivamente, tendo as perdas em 2018 ocorrido entre Janeiro e Maio.

No período que se seguiu entre Maio de 2018 e Maio de 2019 a RNN não registou qualquer morte de elefantes como resultado da caça furtiva. Em acções coordenadas o Governo de Moçambique e os parceiros puseram em prática um plano que veio a reverter a situação.

Este plano contou com a participação activa da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), da Policia da República de Moçambique (PRM) que trabalhou em uníssimo com os fiscais, agentes comunitários, Procuradoria-Geral da República, Governos distritais e Provinciais de Niassa e Cabo Delgado.

Os operadores de Safaris e de ecoturismo na RNN, assim como os parceiros de cooperação, nomeadamente a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Programa CITE MIKE (uma plataforma internacional para a monitoria das tendências da caça furtiva ao elefante) foram também de vital importância para se alcançarem os resultados almejados de controlo da caça furtiva do elefante na RNN.

Este plano e na sua implementação tiveram o apoio incondicional do Presidente da República, Filipe Nyusi, do Ministro da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Ismael Correia, do Ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, e do Comando da Polícia da República de Moçambique, na pessoa do Vice-Comandante General, Timóteo Bernardo, que em coordenação com o Serviços e Protecção e Fiscalização da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) trabalhou os detalhes do mesmo e a sua implementação no terreno.

O Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi, visitou a RNN em Novembro para se inteirar tos progressos alcançados na implementação do plano traçado para estancar a caça furtiva.

O parceiro de gestão da RNN, a WCS jogou um papel importante com a disponibilização de meios aéreos tanto para a vigilância, através de uma aeronave de asa fixa, como também para a intervenção rápida através de um helicóptero fretado para o efeito.

Estes meios permitiram melhorar a capacidade de resposta das unidades combinadas da UIR e da fiscalização da Reserva, o processo de aplicação de colares telemétricos em 40 elefantes para sua localização e monitoria, a modernização do sistema de radiocomunicação, e a formação e melhor equipamento dos fiscais.

Na implementação do plano de prevenção e combate a caça furtiva na RNN foram levadas cabo acções dentro de fora da reserva, em particular nos locais onde os grupos organizados de criminosos preparavam as incursões de caça furtiva, tais como Montepuez, Balama e Marrupa.

Contribuíram também para a normalização da situação a investigação e detenção de grupos de caçadores furtivos e seus mandantes dentro da RNN em particular e detenção prisão de Abdala Ali Quiporia em 2015 na Província de Cabo Delgado, fugido da Província do Niassa aquando do desmantelamento do seu grupo, e detenção, prisão e posterior repatriamento para a República da Tanzânia de um dos principais organizadores e mandantes da caça furtiva na RNN de nome Mateso Albano Kasian, também conhecido por “Mateso Chupi”, em finais de 2017.

O Governo de Mocambique e as instituições mandatadas para zelar pela protecção e fiscalização dos seus recursos naturais em colaboração com os parceiros de gestão continuam atentos e preocupados em manter os actuais níveis de protecção, através da continuidade do plano e acções postas em prática, incluindo a monitoria, vigilância aérea, formação dos fiscais, sensibilização das forças vivas da sociedade e coordenação com as forcas de defesa e segurança

Fonte:da Redação e com RM
Reeditado para:Noticias do Stop 2019
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Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP/Estadão

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