Mas ainda "há muito por vir", promete o autor João Emanuel Carneiro. Uma das próximas jogadas do escritor é a morte de Orlando (Eduardo Moscovis), prevista para ir ao ar nos primeiros dias de janeiro. Mas sua estratégia inclui ainda mover alguns peões de lado nesse tabuleiro do bem e do mal, como é o caso de Romero (Alexandre Nero), que caminha em direção à redenção, e Tóia (Vanessa Giácomo), que ficará seriamente abalada ao descobrir o caráter do ex-vereador.
"É uma característica da novela os grandes acontecimentos que modificam os rumos da história, como a morte da Djanira (Cássia Kis), a revelação de que Zé Maria (Tony Ramos) é um bandido e a identidade do Pai. Ainda há muito por vir, como a chegada do ex-marido de Atena (Giovanna Antonelli), a descoberta do passado de César (Carmo Dalla Vecchia) e a volta de Kiki (Deborah Evelyn) para casa. E, claro, a revelação do verdadeiro Romero, especialmente para personagens como Dante (Marco Pigossi) e Tóia", afirma Carneiro ao UOL.
Na facção liderada por Gibson (José de Abreu), muita coisa vai mudar depois que alguns membros descobrem sua identidade, diz o autor. Desmascarado por Dante e até por Nelita (Bárbara Paz), Orlando terá um final trágico. "Em uma tentativa desesperada de se salvar, vai sequestrar Gibson. Claro, ele é o elo mais fraco da corrente e, por isso, não conseguirá se safar desta loucura", afirma.
Segundo ele, no entanto, Zé Maria é "um soldado fiel" e não representa risco algum para o Pai. Já a relação com Romero ganha outro rumo. "Enfim ele será promovido e passará a ocupar um lugar de maior importância dentro da facção. Ele ganha a "moral" que sempre desejou. Mas, por outro lado, "aumentará" sua dívida com Gibson. O Pai passará a exigir ainda mais fidelidade e compromisso de Romero com a facção", adianta.
Alexandre Nero já declarou que gostaria que seu personagem se transformasse numa pessoa boa logo, já que este é o caminho previsto para o protagonista. Mas o processo toma tempo, lembra Carneiro. "A novela é uma história de redenção. Mostra o caminho de um homem que sempre esteve dividido entre o bem e o mal, o certo e o errado. A doença, a morte da mãe, a paixão por Tóia... muita coisa aconteceu para que Romero começasse a gostar da ideia de ser verdadeiramente bom. Mas esse santo torto continua dividido. E se ele se endireitar não será do dia para a noite", diz.
O autor aponta o relacionamento com Atena como reflexo de seu lado obscuro. "Com ela, Romero pode ter e sentir os piores sentimentos. Ele se torna mais ambicioso, mesquinho. Nos braços de Tóia a história é outra. Além de se espelhar nela, Romero gosta da imagem que ela tem dele. Gosta tanto que passa a acreditar nela. Mas Romero cria armadilhas para ele mesmo. Ele não é tão bom quanto gostaria, tampouco mau", analisa.
Tóia, por sua vez, que atualmente ocupa um papel central na trama, e conhece apenas fragmentos de seu passado, não sairá ilesa quando a verdade vir à tona. Mas não vai se transformar em vilã, garante o escritor. "Ela é uma mulher firme, com sangue quente correndo pelas veias. Justamente por isso, pela sua personalidade, ela não consegue agir diante das decepções e frustrações da vida como se tivesse sangue de barata. É claro que em algum momento ela descobrirá a verdade sobre Romero. E isso vai abalar suas estruturas e crenças", conta.