constatar que o apoio psicológico podia ser “mal visto”, em um meio no qual os valores viris são prioritários.
– Preparadores mentais ou psicólogos estavam presentes no clube em que você conduziu sua pesquisa?
“O clube chamava psicólogos para intervir de maneira bem pontual, mas era algo bem periférico. Para os jogadores, há muitas vezes um distanciamento em relação aos discursos psicológicos. A primeira reação é ‘não precisamos disso’. Ter o acompanhamento de um psicólogo pode ser considerado como uma admissão de fraqueza, quase uma crise de virilidade”.
– Como eram as sessões?
“Eu lembro de um jogador que estava interessado com esse tema, mas tinha medo de ser mal visto. Muitos riam, diziam que isso não servia para nada. Eles tinham uma conduta muito diferente quando estavam presentes o técnico ou o presidente do clube”.
– Como você explica essa relutância?
“O futebol recruta principalmente nas camadas mais populares, nas quais são valorizadas a força física, o lado durão ou mau, a excelência masculina do jogador. Se acredita que é preciso aguentar os golpes, que é preciso ter força mental, aliás é isso que os técnicos repetem regularmente. É difícil reconhecer publicamente que temos dificuldades psicológicas”.
Fonte:Reuters
Reditado para:Noticias Stop 2016
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