A grande surpresa é que o cérebro do homem foi afetado de alguma forma que fez com que ele se transformasse em um exemplo extremamente caricato de um francês. Ele passou a falar em francês, ler revistas francesas, amar comida francesa e apreciar filmes franceses. Sua fala é marcada por um sotaque exagerado que não faria sentido em um francês.
A história parece uma piada, mas é descrita por cientistas em um artigo publicado no periódico científico Cortex. O homem tem sua identidade preservado e é referido como JC no texto.
Antes que surjam teorias sobre milagres ou trabalho do diabo, vale dizer que o domínio de JC sobre o francês está longe de ser avançado. “O francês de JC é trágico e cheio de imprecisões”, escrevem os pesquisadores. “Apesar disso, ele fala de maneira rápida e carrega uma exagerada entonação.”
JC teve contato com o francês enquanto era um jovem estudante, quando fez aulas da língua. Além disso, teve um caso com uma francesa quando tinha seus vinte anos.
Apesar de não ser completamente compreendida pelos cientistas, a síndrome de JC tem nome: síndrome compulsiva de língua estrangeira (compulsive foreign language syndrome).
Os cientistas afirmam que JC se comporta de maneira completamente desregulada “se portando como uma típica caricatura de um homem francês”.
Mesmo assim, JC ainda se lembra de como falar italiano. Após ser pressionado para falar em sua língua materna, ele constante desiste do francês e passa a falar com maior naturalidade o italiano.
Outro sintoma identificado pelos pesquisadores é um estado de felicidade anormal. “Euforia injustificada” é o nome do estado no qual o homem se encontra. Os cientistas ainda descrevem que JC foi a uma loja para comprar dois cabides—ele voltou com 70.
O caso dele não é o primeiro do tipo. Pesquisadores já encontraram alguns semelhantes: um inglês que passou a falar em sueco, um croata que adotou o alemão, entre outros.
“O conhecimento anterior de uma língua estrangeira, aparentemente esquecido há tempos, pode ser ligado por uma lesão cerebral e seu uso vira um comportamento compulsivo”, especulam cientistas.
A verdade é que, de qualquer maneira, as razões que levam a esse cenário ainda são desconhecidas.
Fonte:EXAME
Reditado por: Stop Noticias 2016
Tópicos:Ciência
Fotografias: Getty Images