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A descoberta faz as estimativas preocupantes do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) parecerem conservadoras — no último documento de referência, os cientistas previram até um metro de elevação do nível do mar neste século.
Mas eles não anteciparam qualquer contribuição significativa do degelo na Antártida. Contudo, no novo estudo, os cientistas descobriram que uma vasta camada de gelo da região é menos estável do que se pensava anteriormente e que seu eventual derretimento pode aumentar os ricos para muitas cidades costeiras e nações insulares no mundo.
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Anteriormente, os cientistas consideravam apenas o derretimento passivo do gelo marinho, nas camadas mais profundas, associado ao aquecimento da atmosfera e das águas do oceano, como fator determinante para elevação do nível do mar. Mas o novo trabalho considera a influência de “processos ativos”, como a desintegração de enormes penhascos de gelo sob influência do ar quente.
A boa notícia, segundo a pesquisa, é que uma redução agressiva das emissões de gases de feito estufa, vilões do aquecimento global, poderá limitar o risco de grandes perdas da camada de gelo da Antártida. A má é que, no cenário business-as-usual (sem medidas mitigatórias contra as altas emissões), a maré vai subir com mais violência.
"Seria um desastre para muitas cidades de baixa altitude. Por exemplo, Boston, nos EUA, poderá ver um aumento de mais de 1,5 metros no nível do mar nos próximos 100 anos”, exemplifica o cientista climático Robert Deconto, da Universidade de Massachusetts Amherst, que assina o estudo, junto de David Pollard, da Universidade Estadual da Pensilvânia.
A sentença severa já ameaça a existência de micronações, como as Maldivas, o país mais baixo e plano da Terra, e Kiribati, um pequeno país no Pacífico que estuda a ideia radical de mudar toda a sua população para uma nova ilha.
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