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Terça, dez.
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Cientistas acreditam ter desvendado mistério de dois séculos sobre fóssil

Simulação baseada na análise do fóssil jurássico indica que o movimento se parece ao do pinguim

Ciência
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Cientistas fizeram uma reconstituição de como se movimentava um antigo réptil marinho, que povoava os oceanos na época dos dinossauros.

E de quebra, podem ter resolvido um debate que já dura 200 anos: segundo simulações de computador, o plessiossauro, predador marinho que já se especulou ser o monstro do Lago Ness, nada de forma semelhante a um pinguim – basicamente, usa apenas os membros dianteiros como propulsores e as traseiras como lemes, tal como fazem as aves marinhas.

Simulação baseada na análise do fóssil jurássico indica que o movimento se parece ao do pinguim

A movimentação do animal era uma fonte de mistério e discórdia na comunidade científica desde que o primeiro fóssil de plessiossauro fora escavado em um despenhadeiro da região britânica de Dorset, em 1821, pela exploradora Mary Anning – em uma época em que sequer o nome dinossauro havia sido definido.

Anos mais tarde, um estudo relatando a descoberta levantou a questão sobre como a criatura nadava, já que suas quatro nadadeiras pareciam asas. Os paleontólogos se dividiram em duas correntes: uma sugerindo que ele se movia feito um barco, usando as quatro nadadeiras como "remos"; outra, sugerindo que ele se moveria como pinguins ou tartarugas; ou uma combinação de ambos.

Agora, a simulação de computador baseada na análise do fóssil jurássico indica que o movimento se parece ao do pinguim. "Nosso estudo sugere que um movimento vertical é o mais provável, como se o animal 'voasse' na água", explica Adam Smith, do Museu de História Natural de Nottingham, um dos participantes do estudo, que foi publicado na revista científica PLOS ONE.

A animação por computador foi feita a partir de análises de um fóssil de plessiossauro encontrado na Alemanha, o mais completo já encontrado até hoje e o único com as quatro "asas" preservadas. A criatura media apenas 3m de comprimento – alguns plessiossauros poderiam ser cinco vezes maiores.

Smith trabalhou com cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, e os especialistas concluíram que as nadadeiras traseiras do plessiossauro tinham pouco empuxo, sendo usadas especificamente para dar mais estabilidade e servir de leme.

Os plessiossauros eram vorazes répteis marinhos que viveram há centenas de milhões de anos. Paleontólogos acreditam que eles matavam suas presas por afogamento e giravam na água para desmembrá-las.

"Eles provavelmente faziam os mesmo que os crocodilos de hoje. Isso faria com que os membros traseiros fossem usados para fazer plessiossauros mais ferozes girarem", acredita David Martill, da Universidade de Portsmouth.

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