Mas esse comportamento de "sumidouro" tem um custo alto, que resulta na acidificação das águas. Um processo que deve se intensificar, já que as emissões não dão sinal de trégua e o termômetro global continua subindo.
Para piorar, os cientistas começam a observar impactos negativos desse processo sobre os próprios mecanismos regulatórios da concentração de CO2 na atmosfera e no mar.
Dois estudos recentemente publicados na revista científica Limnology & Oceanography and Biogeosciences relatam que o aquecimento das águas pode exacerbar os efeitos da acidificação oceânica nas colônias de fitoplâncton calcário, chamados de coccolithophores.
São algas minúsculas, com menos de um centésimo de milímetro, essenciais para a manutenção do ecossistema marinho e absorção e remoção de CO2 da atmosfera para realização de fotossíntese. Ou seja, elas desempenham um papel importante no ciclo biogeoquímico e na regulação do clima global.
Para o estudo, os pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona fizeram um isolamento de cultura de uma das espécies mais abundantes desse fitoplâncton no Mar Mediterrâneo e no Norte do Oceano Pacífico.
Usando microscópio eletrônico de varredura de imagem, os pesquisadores observaram um aumento no percentual de fitoplânctons malformados e incompletos em um ambiente mais quente e acidificado.
De acordo com os cientistas, no longo prazo, esse processo pode dificultar o sucesso evolutivo desses fitoplânctons e seu papel na regulação de carbono atmosférico e no clima global.
Fonte:Exame
Reditado para:Tecnologia Stop 2016
Fotografias:Getty Images
Tópicos:Meio ambiente, Oceanos