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Sábado, nov.
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Eleições de Agosto poderão paralisar o sector petrolífero

Angola
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Ao longo dos últimos anos, o êxito dos esforços/planos de angolanização da indústria petrolífera resultou numa elevada percentagem de quadros angolanos trabalharem em plataformas petrolíferas, num regime ininterrupto de 24/24 horas (night-shift 12/12 horas). E como é normal em época de eleições, os angolanos exercem o seu direito de voto o que para as empresas, implicaria uma desmobilização (paralização total das operações) que afectaria não só o pessoal das operações – desde a actividade relacionada com o petróleo até ao funcionamento das instalações – mas também ao pessoal de catering, limpeza, médico, aviação, etc.
Segundo estimativas de fontes bem relacionadas com o dossier, a ESSO por exemplo, para dar resposta as emergências necessita de 50 pessoas para as suas FPSO’s e 16 para os TLP’s e o conjunto de competências dos expatriados disponíveis não corresponde ao leque de competências exigidas para assegurar uma cobertura eficiente destas funções chave.
Os blocos 18 e 31 por exemplo que são operados pela BP, têm uma força de trabalho angolana que corresponde a 88% da população offshore e muitos deles ocupam cargos críticos como operadores de sala de controlo e resposta à emergências. A TOTAL por sua vez, segundo a mesma fonte deve no minimo ter 30 pessoas a bordo, enquanto que a CHEVRON necessita de ter em Malongo cerca de 800 a 1000 funcionários incluindo pessoal e prestadores de serviço para não parar as suas operações. A ENI é outra das operadoras que também precisa que o seu pessoal (cerca de 77%) esteja funcional para que as operações não sejam paralisadas”.
Engenheiros do sector, confirmaram a nossa reportagem que para algumas empresas, o impacto será de 4 dias de paralização da produção, 1 dia com perda parcial de volume, devido à preparação dos sistemas de tubagens submarinas para a interrupção prolongada, sendo a produção gravemente afectada durante este período; 3 dias de encerramento total com zero produção e, em seguida, 3 dias de aumento da produção até níveis normais, com uma taxa diária inferior a 50% no 1º dia e isto poderá ocasionar um impacto incalculável na produção diária de barris de petróleo durante o período.
Outro constrangimento, tem a ver com o tempo que os funcionários levam para se deslocarem da base Sonils para os respectivos blocos sendo o tempo total de viagem de ida e volta de aproximadamente 12 horas e se a isto adicionar-se outros requisitos de logística, como transporte em terra e migração e transbordos no offshore, será impossível o pessoal votar no mesmo dia. O tempo mínimo para permitir a votação de todos os nacionais em terra seria 2 dias e tendo em conta que a equipa de produção é formada predominantemente por angolanos, a desmobilização implicará um encerramento das operações durante 3 a 7 dias, com um impacto negativo de muitos milhões de barris para o país.
Todos esses constrangimentos podem ser evitados se as autoridades alocarem assembleias de voto nas operações offshore e segundo uma fonte que preferiu o anonimato, “as autoridades, no caso em questão a CNE ou o MAT, deveriam trabalhar com o Ministério dos Petróleos e com a ACEPA (Associação das Companhias de Exploração e Produção de Angola) no sentido de chegarem à uma plataforma de entendimento e se calhar mesmo tirarem partido das condições de logística que essas empresas possuem”.
Angola, produz actualmente em media cerca de 1,750,000 barris de petroleo por dia, sendo a TOTAL, CHEVRON, ESSO, BP e ENI os principais “players” e se grande parte dos seus funcionários “abandonarem” os postos de trabalho offshore no dia das eleições para exercerem o seu direito de voto, a paralização de aproximadamente 7 dias teria consequências financeiras fortes para a economia do país, numa altura de grandes dificuldades financeiras, associadas também ao facto do preço do crude estar em constante oscilação no mercado internacional.

 

Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017

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