ONU diz que Governo angolano devia declarar situação de emergência na Lunda-Norte

Angola
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do Kasai, onde há mais de um ano se travam violentos confrontos entre as milícias locais e as forças de segurança do Estado.
"As autoridades locais têm capacidade limitada e não estão preparadas para o número de pessoas que já chegaram bem como as que se estima que venham a chegar ao país em breve", nota este escritório das Nações Unidas na mesma nota à imprensa divulgada pelo seu boletim online "relief web".
O mesmo texto avança ainda que são estimados entre 300 e 400 refugiados por dia a entrar na Lunda Norte, embora, como o Novo Jornal online noticiou na quarta-feira, só no dia 02 de Maio, entre as 09:00 e as 17:00 foram registadas mais de 1 200 chegadas, com mais de 400 crianças contabilizadas, sendo que a maioria apresenta sinais de carências diversas, incluindo alimentares e de serviços de saúde.
Perante este cenário, afirma ainda o UNOCHA, "infelizmente o Governo ainda não declarou uma situação de emergência", embora "o governo provincial já tenha emitido pedidos de ajuda", sendo "evidente que uma ajuda humanitária de emergência é necessária".
Em causa, admite o escritório da ONU que coordena as respostas humanitárias, está o apoio em matéria de saúde, alimentar, alojamento e higiene porque "os refugiados não vão encontrar, nas actuais condições, alimento, abrigo e cuidados de saúde necessários para as suas necessidades", incluindo a resposta mínima para garantir os direitos das crianças.
Recorde-se que o Governo angolano criou uma comissão multisectorial coordenada pelo governador provincial da Lunda Norte, que, entre outras iniciativas, está a recuperar o antigo campo de acolhimento do Nzaji, a 90 quilómetros do Dundo, que já serviu para acolher deslocados internos durante a guerra. Também o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) começou a enviar toneladas de material de apoio para a Lunda Norte e o Unicef tem equipas no terreno para garantir o acolhimento mínimo às crianças e às suas famílias.
Embora as agências das Nações Unidas estimem que se encontrem actualmente cerca de 12 mil refugiados na Lunda Norte em fuga dos conflitos na província do Kasai Central, RDC, uma fonte ligada à comissão que trabalha no terreno garantiu ao Novo Jornal online que já são mais de 17 mil e estão a ser registadas chegadas diárias de mais de mil pessoas, o que, a manter-se este fluxo, em breve estará criada uma situação de difícil gestão.
Refúgio seguro na Lunda
A Lunda Norte é um dos refúgios preferidos pelos milhares de habitantes das províncias do Kasai Central e Oriental, na República Democrática do Congo (RDC), que procuram escapar dos confrontos armados entre as forças de segurança do país vizinho e as milícias tribais do antigo chefe tradicional Kamwina Nsapu.
Destes confrontos, motivados por razões relacionadas com o exercício do poder tradicional, já resultaram mais de 400 mortos e muito acima de um milhão de deslocados.
A violência deflagrou em meados de 2016, quando o chefe tribal Kamwina Nsapu viu as autoridades de Kinshasa lhe negarem a autoridade administrativa que os chefes tradicionais têm na RDC, levando­ a organizar as milícias que ficaram conhecidas pelo seu nome.
Nsapu foi, entretanto, morto pelas forças de segurança em Agosto e, desde então, a violência alastrou a outras províncias a partir do Kasai Central, nomeadamente para o Kasai Oriental, sendo que os combates chegaram mesmo à beira da fronteira com Angola, havendo mesmo registo de confrontos entre as milícias e grupos da etnia Tchokwe, com forte presença em ambos os aldos da fronteira.
Perante este quadro de imprevisibilidade, as Forças Armadas Angolanas deslocaram diversas unidades para a linha de fronteira e iniciaram contactos com as chefias militares congolesas para prevenir eventuais questões de soberania e estabelecer normas para lidar com as milícias nas zonas de fonteira.
Entretanto, as autoridades angolanas já garantiram que estão a ser facilitadas as entradas de refugiados em território angolano e está a ser observada uma contenção das polícias de fronteira para lidar com a situação legal dosrefugiados no país.

 

Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017

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