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Malparado do Estado no BPC foi o que mais cresceu em 2017

Malparado do Estado no BPC foi o que mais cresceu em 2017

Economia
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O Estado foi o cliente do BPC em que mais cresceu o crédito vencido em 2017, apesar de o sector privado se ter mantido como o que mais deve, indica o Relatório e Contas do banco público, divulgado no site da instituição.


Segundo o documento, em 2017, o crédito vencido do Estado ao banco que ele próprio gere e controla aumentou mais de cinco vezes face a 2016, atingindo 58,6 mil milhões Kz. O sector público absorveu cerca de 60,4 mil milhões Kz em crédito do BPC em 2017, mais 17,9% que em 2016.
O sector privado, de longe o maior cliente de crédito do banco (1,1 biliões Kz, em 2017, mais 11,4% face a 2016), foi também aquele onde o volume de crédito vencido era mais alto (881,6 mil milhões Kz, mais 25,3% face a 2016). Já os particulares, com créditos de 132,9 mil milhões Kz menos 25,5% do que em 2016, foram os ‘melhores clientes’, ou ‘menos maus’, no que diz respeito a crédito vencido, tendo em conta que, neste caso, diminuiu. No final de 2017, os seus ‘calotes’ eram de 72 mil milhões Kz, menos 14,5% face a 2016.
O crédito vencido, ou malparado, é um dos problemas mais graves ou mesmo o mais grave da instituição gerida desde o ano passado por Alcides Safeca. E, de ano para ano, a situação parece não melhorar, a avaliar pelos indicadores do documento. Contas feitas, no caso das empresas, ‘culpadas’ por 92,9% do malparado em 2017, o rácio de incumprimento foi de 80,7% (tinha sido de 68,5% em 2016). Em relação aos particulares, o rácio de crédito vencido situou-se em 54,2%, contra 47,2% em Dezembro de 2016. O incumprimento nos pagamentos de créditos por parte dos clientes do banco estatal voltou a ser, em 2017, o principal responsável pelos prejuízos da instituição, que se agravaram face a 2016. O BPC perdeu 73,1 biliões Kz, que comparam com cerca de 21,6 biliões Kz em 2016, devido, essencialmente, ao “reforço das imparidades de crédito, custo com captações de liquidez junto do Banco Nacional de Angola, mercado monetário interbancário e do saneamento da carteira de crédito”, refere o documento. Por outras palavras, o BPC foi prejudicado por causa dos clientes que não pagam o que devem, e por absorver títulos do Tesouro ajudando assim o Estado e ceder liquidez a outras instituições do sistema financeiro.
A situação, alertam os auditores externos, no parecer anexo ao Relatório e Contas, é de elevada precariedade. No parecer, assinado por uma empresa de auditoria angolana, lê-se que, apesar dos reforços das imparidades para crédito vencido em 2016 e 2017 e apesar dos esforços de gestão do conselho de administração do banco, a “imparidade é insuficiente para fazer face aos riscos a que se destina e às respectivas perdas estimadas, num montante que não nos é possível quantificar”. Ou seja: o dinheiro ‘guardado para enfrentar perdas não chega… até porque não é possível estimar com precisão as perdas potenciais.
Os auditores alertam ainda que o banco “não efectua uma inventariação dos seus bens” nem revela de forma autónoma as demonstrações financeiras das suas participadas. Também o conselho fiscal deixa avisos à navegação, destacando, por exemplo, que o facto de o accionista Estado estar a acorrer ao aumento de capital do banco (90 mil milhões Kz, ainda não totalmente subscrito) “através da emissão de obrigações do Tesouro em moeda nacional não indexadas, remuneradas a uma taxa de juro fixa de 5% e com maturidade de 24 anos, registadas no momento inicial pelo seu valor nominal” vai provocar problemas de liquidez.
“A longa maturidade destes títulos (…) vai provocar um significativo impacto negativo nos Fundos Próprios Regulamentares do Banco e nos Resultados devido ao reconhecimento do respectivo justo valor nos anos subsequentes e não constitui solução para a grave falta de liquidez do banco”.


Fonte:da Redação e Por angonoticias.com
Reditado para:Noticias do Stop 2018

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