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Venda de peixe na Mabunda é um atentado à saúde pública

Venda de peixe na Mabunda é um atentado à saúde pública

Angola
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Uma das principais preocupações no Distrito Urbano da Samba, em Luanda, é o lixo produzido pelos vendedores de peixe na praia da Mabunda, apontada como um dos exemplos mais bem acabados de atentado à saúde pública na capital do país.


"Aqui chegam pessoas de quase toda a parte, mas a higiene é a nossa grande preocupação", diz ao NJOnline Domingas Santas, vendedora de peixe há 13 anos.
"Como vê, aqui o peixe é vendido entre amontoados de lixo", aponta a vendedora, lamentando que "o que mais interessa para muitos neste mercado é obter lucro", sem qualquer respeito pelas normas de higene.
A falta de hábitos de limpeza na praia da Mabunda, um dos pontos de comércio mais importantes de Luanda, onde se negoceia o peixe que diariamente abastece os consumidores, é também motivo de inquietação para quem vive ali perto.
"Uma praia dessa, com um movimento de grande envergadura, deveria ser bem limpa e cuidada", conta à nossa reportagem Sebastião Neto, que mora a menos de 300 metros do local.
Com amontados de lixos espalhados por todos os cantos, os clientes sentem-se tentados a desistir da compra, mas acabam por não resistir aos preços.
"Somos obrigados a comprar peixe nestas condições, porque aqui o peixe é mais barato", justifica Domingos Salomão, um dos luandenses que acorre à Mabunda para adquirir o pescado.
As reclamações sobre a falta de higiene no local sucedem-se, sem que nenhum tipo de melhoria seja observado, lamentam os frequentadores da praia.
"É preciso imprimir mudanças urgentes na Mabunda", recomenda o funcionário público Carlos Panda, criticando as condições de higiene em que o peixe é comercializado.
Para além dos pescadores, vendedoras de bebidas, de comida e de medicamentos fazem negócio nessa praia do Distrito Urbano da Samba, igualmente posto de trabalho de jovens que se dedicam ao apoio da clientela, no tratamento do peixe antes de ser levado para casa.
"Está é uma verdadeira Babilónia. Aqui não existe autoridade, cada pessoa faz o que entender", defende Artur Paulo, vendedor de bebidas na praia.
Madalena Neto, outra das comerciantes, ali presente há mais de 10 anos, reforça as queixas, e garante que a situação seria pior se não fosse a limpeza que as vendedoras fazem temporariamente por conta própria.
"As autoridades admistrativas da Samba nunca mostraram vontade de criar as mínimas condições de trabalho aqui na praia", protesta, acrescentando que a única preocupação demonstrada é com a cobrança de taxas diárias.
Numa paisagem onde os riscos de saúde saltam à vista, um dos enfermeiros do Centro-Materno Infantil da Samba, que falou sob anonimato, disse à nossa reportagem que a praia da Mabunda "é o exemplo mais bem acabado de atentado à Saúde Pública".
"Diga-se, em abono da verdade, que os produtos - peixe e outros - são vendidos sem serem observadas as condições básicas de higiene. Isso é grave", alerta.
Daniela de Carvalho, vendedora de peixe na Mabunda há seis anos, reitera o aviso, defendendo que as más condições da praia colocam em perigo a vida dos utentes.

Fonte:da Redação e Por angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2018
Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP/Estadão

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